O que é regime de caixa? Veja como aplicar
Administrar as despesas e os lucros de um negócio imobiliário da forma correta é fundamental para garantir o sucesso. Existem diferentes formas de fazer isso, e o regime de caixa é uma delas. Você está familiarizado com esse termo?
Esse é um dos mais importantes modelos contábeis para empresas de diferentes portes.
Sendo um corretor autônomo ou uma imobiliária, vale a pena conhecer esse modelo e entender como funciona. Vamos lá?
O que é regime de caixa?
Regime de caixa é um sistema contábil em que as despesas e os lucros de uma empresa são contabilizados apenas quando entram ou saem de fato do caixa, não quando são negociados, comprados ou vendidos.
Nesse formato, a empresa segue seu fluxo de caixa, sendo tributada pelos valores apenas quando são recebidos e não quando emite suas notas fiscais.
O regime de caixa é indicado principalmente para empresas que trabalham com vendas e prestação de serviços parceladas.
Neste caso, tanto as compras feitas pela empresa quanto os valores a serem recebidos dos clientes só serão contabilizados e tributados quando entrarem no caixa.
Vantagens
O regime de caixa é uma opção de modelo contábil para empresas de pequeno e médio porte, especialmente aquelas optantes pelo Simples Nacional e Lucro Presumido.
Para estas empresas, o modelo de regime de caixa facilita a vida financeira e pode oferecer diversas vantagens.
Confira algumas delas:
- Maior controle do fluxo de caixa;
- Análise realista da saúde financeira da empresa no curto prazo;
- Pagamento de impostos “adiada”;
- Maior facilidade no gerenciamento de liquidez;
- Administração financeira simplificada.
Geralmente, pequenas e médias empresas adotam o regime de caixa, principalmente aquelas optantes pelo Simples Nacional e Lucro Presumido, caso de muitos corretores e imobiliárias.
Mas o regime de caixa não é o único formato de administração contábil possível para uma empresa. Existem também o chamado regime de competência.
Regime de caixa e regime de competência: principais diferenças
De modo geral, a principal diferença entre regime de caixa e regime de competência está no momento em que lucros e despesas são registrados.
Diferente do regime de caixa, em que as movimentações contábeis são registradas apenas quando há entrada ou saída de caixa, no regime de competência as prestações de serviço ou vendas, por exemplo, são registradas no momento em que ocorrem, mesmo que só sejam pagas ou recebidas depois.
Por exemplo: uma empresa imobiliária prestou um serviço de consultoria no valor de R$5 mil a um cliente. Na negociação, ficou acordado que o valor seria pago em duas vezes, em meses diferentes.
No regime de caixa, são contabilizados R$2.500,00 no primeiro mês e R$2.500,00 no segundo, quando os valores derem entrada no caixa da empresa.
No regime de competência, o valor de R$5.000,00 é contabilizado no primeiro mês, quando valor foi negociado e o serviço prestado.
Como aplicar na sua empresa
O regime de caixa é um modelo contábil simplificado, ideal para empresas do Simples Nacional e Lucro Presumido.
Nos dois casos, é bastante simples. Confira:
Declarar regime de caixa no Simples Nacional
Empresas optantes pelo Simples Nacional devem registrar os valores referentes às prestações de serviço ou vendas de produtos a prazo.
Algumas informações são indispensáveis nestes registros, como:
- Número de NF e data de emissão;
- Valor, quantidade de parcelas e seus respectivos vencimentos;
- Valores e datas de recebimento;
- Saldo a receber;
- Valor considerado incobrável.
No caso de empresas com mais de uma unidade ou filial, considera-se a soma das receitas de todas as unidades no momento de declarar o regime de caixa.
Declarar regime de caixa no Lucro Presumido
Em empresas optantes do Lucro Presumido, é possível adotar o regime de caixa para apurar suas contribuições tributárias para o PIS, COFINS, IRPJ e CSLL.
Neste caso, a empresa de Lucro Presumido deverá:
- Registrar em livro caixa, de forma individual, o documento fiscal correspondente a cada recebimento;
- Na entrega do produto ou prestação total do serviço, emitir documento fiscal idôneo.
Uma boa dica para empresas que querem adotar o regime de caixa é utilizar uma conta específica para centralizar os recebimentos, para indicar o documento fiscal de cada entrada.
Apesar de ser um modelo simplificado, o regime de caixa merece atenção e estratégia de negócio para garantir que a sua empresa tenha um bom planejamento financeiro.
Se for o caso, você pode terceirizar o serviço de contabilidade ou contar com a consultoria de profissionais especializados para a sua imobiliária.
Você já conhecia esse formato? Compartilhe nos comentários se a sua empresa utiliza esse modelo contábil!
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