Onde e como estacionar nos próximos anos
Especialista: Urbanismo
Acabo de participar de um congresso sobre estacionamentos e senti falta de um diálogo mais aberto e franco entre a Municipalidade e a Associação dos empresários desse setor. Enquanto a população sofre com os problemas da “falta” de mobilidade urbana, os empresários do setor se deparam com o intervencionismo das entidades públicas sob seus negócios privados. E isso não é só um privilégio brasileiro, os empresários latino-americanos sofrem do mesmo mal.
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No entanto, parece que há uma luz no final do túnel (pelo menos para nós brasileiros). Da parte da Associação, pude observar o empenho em trazer profissionais renomados de diversas partes do mundo que fazem da gestão dos espaços de estacionamento uma ferramenta fundamental em prol da mobilidade urbana. A gestão dos estacionamentos públicos de São Francisco (EUA) é benchmarking mundial, sem falar de outras experiências em Portugal, Espanha, Alemanha e Reino Unido.
Além disso, pude observar que tecnologia é o que não falta: aplicativos para encontrar vagas, pagamentos e reservas de vaga pelo celular, leitura automática das placas. Tudo isso gerenciado por centrais que informam em tempo real a ocupação das vagas de estacionamento, valores arrecadados e uma série de outras informações que podem ajudar no planejamento da mobilidade. Da parte da Municipalidade (e aí me refiro especificamente a cidade de São Paulo), observo um grande atraso.
O capítulo 5 do recém-aprovado Plano Diretor menciona o estacionamento (tanto vagas de zona azul como garagens) como um componente do sistema de mobilidade. Todavia, todo o seu planejamento será regulado pelo Plano Municipal de Mobilidade Urbana cujo prazo para publicação do plano se encerra 3 anos após a promulgação da Lei 12.587 em abril de 2015.
Vamos torcer para que, até lá, os interesses públicos e privados estejam alinhados.
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