Oculus Rift e Cardboard: será o fim da visita aos imóveis e aos estandes?


Novas ferramentas prometem revolucionar a forma de vender imóveis (Foto: Divulgação)
A tecnologia já faz parte do cotidiano das pessoas e a busca por ganho de tempo e qualidade de vida tem sido cada vez maior. Então, que tal aliar tudo isso na busca de um imóvel?
Segundo Alejandro Abiusi, sócio-proprietário da BigBee, conceitualmente, tanto o Oculus Rift (equipamento de realidade virtual) como o Cardboard (aplicativo que, quando acoplado a um pedaço de papelão, transforma o smartphone em óculos de realidade virtual improvisados) funcionam da mesma forma: através de lentes especiais biconvexas e de posse de um aplicativo com visualização em 3D, o usuário tem uma experiência imersiva de realidade virtual. “Na prática, porém, os equipamentos têm uma diferença muito importante: o Oculus é um dispositivo mais robusto e completo, no qual você precisa apenas ter instalado o seu aplicativo/software com a experiência de realidade virtual. Já o Cardboard tem como principal característica a simplicidade: é um projeto open source, sendo que as especificações de montagem para fabricação dos óculos são baixadas da internet”, explica. Feito isso, você utilizará o seu próprio smartphone, com um aplicativo devidamente instalado, para viver a experiência da realidade virtual.
Segundo Márcia Verrone, gerente de marketing da Plano&Plano, no caso do modelo da empresa para o Cardboard tudo é muito simples. “Você baixa um aplicativo em seu smartphone e escolhe o apartamento que deseja visitar. Então basta acoplar seu smartphone dentro do Plano&PlanoCardboard e iniciar sua experiência virtual. Neste aplicativo, você ainda encontra informações do projeto, detalhes do apartamento e lazer, plantas, imagens e localização”, explica.
Márcia conta que a empresa começou a utilização do Plano&PlanoCardboard no feirão da Caixa deste ano e que tiveram ótima repercussão, o que garantiu grande movimentação no estande e total engajamento da força de vendas. “Os clientes aprovaram a novidade e, ao fechar negócio, levavam um Plano&PlanoCardboard de presente, assim poderiam compartilhar com seus amigos e familiares este momento tão importante”, revela.
Abiusi complementa dizendo que, além da forte concorrência, uma das maiores dificuldades encontradas pela força de vendas neste tipo de evento era justamente o fato de que os clientes sentiam falta de visitar o imóvel desejado e entender melhor as opções de planta. “Com isso, criamos o mote ‘Na Plano&Plano você vê o que está comprando’ e embutimos, em um mesmo aplicativo, oito opções de apartamentos decorados de diferentes produtos. O resultado foi uma ótima repercussão no feirão, refletida no alto número de visitas ao estande da Plano”, comemora.

A realidade virtual não representa o fim das visitas ao imóvel (Foto: Shutterstock)
Para Abiusi, a realidade virtual não representará o fim das visitas a imóveis ou apartamentos decorados nos estandes físicos. “O processo ainda é muito novo para os envolvidos: por um lado, levará tempo até que os clientes se acostumem à ideia de comprar um apartamento sem a possibilidade de tangibilizar como será, o que é feito hoje por meio da unidade decorada. Por outro lado, a construção de um decorado faz parte do “kit básico” de ações que qualquer incorporadora executa no lançamento de um produto e, em um mercado que é basicamente conservador em relação a estratégias, será difícil abrir mão do dele.”
De acordo com Abiusi, a principal tendência para o futuro é que a realidade virtual se torne uma ferramenta de vendas para o corretor. “Pegando como exemplo o Cardboard, podemos claramente imaginar o corretor levando esse modelo de óculos na sua pasta de trabalho, utilizando o seu próprio smartphone para, no momento do atendimento a clientes, mostrar o apartamento decorado através do gadget. “Se pensarmos que boa parte do trabalho do corretor é feita fora de um plantão de vendas, a realidade virtual com certeza será uma ferramenta poderosa de atendimento a potenciais clientes.”
No entanto, ele acredita que a introdução de gadgets como o Oculus Rift e o Cardboard deve ser lenta e gradativa. “Mas é provável que cheguemos a um tempo em que tenhamos cada vez menos investimentos em apartamentos decorados, uma vez que seu custo é muito alto para as incorporadoras, tanto no momento da sua construção, quanto na manutenção. Contudo, classifico a total extinção como extremamente improvável, pelo menos nos próximos dez anos”, conclui.
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