Principais diferenças entre o mercado imobiliário da China e do Brasil
O gerente de marketing digital Rafael Koch Rossi está em Hangzhou, na China há quase três meses, mas já o suficiente para compreender as diferenças, principalmente no quesito alugar um imóvel.
O primeiro desafio foi encontrar um lugar para morar sem saber falar mandarim. A companhia ofereceu abrigo por duas semanas. Mas, depois disso, o brasileiro teve que se virar. “A China tem dois grandes problemas: o primeiro é que são poucos os que falam inglês. O segundo é o jeito chinês de ser. Os estrangeiros, como eu, que não falam o idioma, ficam presos aos corretores que conhecem a língua inglesa”, detalha. Quando o estrangeiro procura um imóvel para alugar, encontra milhares de anúncios – alguns “maravilhosos”. O problema é que são apenas chamarizes. “Quando o interessado pede para ver o apartamento anunciado, o corretor fala que já foi alugado. Mas garante que tem um igual disponível. Ou seja, não visitei nenhum apartamento dos anúncios que vi. Eles mostram o anúncio, mas nunca o apartamento”.
Rossi afirma que isso é comum na China. Além disso, os preços variam muito. Se o cliente é estrangeiro, pedem o dobro ou mostram apartamentos ruins para a pessoa escolher os mais caros. Por isso, o caminho é ter alguém na China que possa ajudar. “Eu fiquei em contato com cinco corretoras para ‘gringos’. E nenhuma me ajudou. Resolvi procurar a Century21 da China – na qual não falam inglês. E fechei negócio no mesmo dia. Pedi para uma pessoa ler o contrato e não tive problemas”. Resumindo: a negociação com as corretoras “gringas” – chineses que falam inglês – é mais fácil. Se a corretora for chinesa, é preciso levar alguém junto que conheça a língua.
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O brasileiro ressalta que, mesmo diante dessas dificuldades, os chineses são bastante tolerantes e abertos a pessoas que usam tradutor automático. “Eu falo com meu corretor com tradutor do celular e ele se mostra muito compreensivo”.
Outra solução para os estrangeiros é fazer amizade com os estudantes chineses, que são ávidos por aprender inglês e treinar a língua. “Eles adoram conversar com os lawais – estrangeiros”, diz o brasileiro. O destaque positivo para o mercado imobiliário chinês, diz Rossi, é que os valores são bem mais atrativos em relação ao Brasil. O aluguel de um apartamento de dois dormitórios, com 90 metros quadrados, muito bem localizado, custa o equivalente a R$ 2,5 mil reais por mês. O detalhe é que a pessoa não paga por mês. O comum é que o pagamento seja trimestral, semestral ou anual.
O corretor ganha metade do valor de um aluguel pelo trabalho dele. “Se um imóvel é alugado por R$ 4 mil por mês, o morador terá que pagar um sinal, mais três meses de aluguel e também o fee do corretor. Essa é a conta”. Quando o contrato do imóvel chegar ao fim, Rossi terá de volta o valor do sinal. “É um seguro, caso haja algum descuido com o imóvel”.
O brasileiro está gostando bastante do modo de vida da China. “A qualidade de vida é ótima, é possível usar o transporte público para tudo, as compras podem ser feitas pela internet e não há violência de nenhum tipo. Saímos sem medo. Além disso, tudo é muito limpo”.
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