Saiba como vender imóveis para pessoas com necessidades especiais

Quem compra um apartamento busca um lugar aconchegante, confortável e que esteja à altura de suas necessidades diárias. No caso de clientes com necessidades especiais, essa lista tem pontos extras. A autonomia de um cadeirante, por exemplo, passa por itens como circulação, móveis com espaços livres, pisos antiderrapantes, entre outros. A partir daí, a função do corretor é indicar imóveis que atendam mais amplamente o público. “Eles são raros pela baixa demanda. É mais vantajoso que o cliente compre uma unidade na planta, quando é possível conversar com engenheiros e arquitetos que façam as mudanças antes da entrega”, explica o corretor Lúcio Viana. No caso da reforma, as mudanças mais básicas são em relação às portas, que devem ter, no mínimo, 90 cm de largura. Tomadas e principalmente interruptores de luz devem estar na altura adequada para que sejam alcançados. Sempre necessários são os pisos antiderrapante e as barras de apoio. “Isso deve ser sugerido pelo corretor, que tem de alertar o cliente sobre custos extras. Em um imóvel pronto, as reformas saem por 20% do valor do imóvel. A procura por uma residência nesse perfil é bem mais demorada”, diz Viana.

As construtoras já estão adaptando prédios para receber pessoas com necessidades especiais (Foto: Shutterstock)
De cinco anos para cá, as construtoras começaram a explorar mais esse nicho de mercado. E têm áreas que cuidam apenas da demanda. Em várias obras da Cyrela, por exemplo, prédios têm escada submersa e banco de transferência para acesso à piscina, áreas de resgate de cadeirantes nas escadas de emergência, interruptores e demais comandos elétricos das áreas comuns em alturas acessíveis e elevadores de dimensões maiores. Nos da MRV, os banheiros têm no mínimo 1,5 m de largura, as cozinhas 1,8 m e as bancadas são de 0,85 m. Em geral, os cômodos têm espaço para giro de 180 graus da cadeira de rodas.
O atleta Heriberto Alves Roca sempre morou em casa. E demorou a achar o local ideal até comprar seu apartamento, já que nada do que via lhe parecia adequado. “Vi um ‘folder’ de construtora com unidades adaptadas. A adaptação seria um quarto e um banheiro maiores, com portas mais largas também. E isso me interessou. Consegui ver a planta, o projeto, quais andares disponíveis e resolvi fechar a compra. Ele já veio adaptado, com barras nas laterais, tanto na parte do sanitário quanto do chuveiro. Com portas mais largas, eu consigo passar com a cadeira com tranquilidade. E a circulação da cozinha para a área é muito maior na comparação aos convencionais. Não precisar fazer qualquer tipo de reforma foi muito bom”, relembra ele.
Em seu prédio, aliás, todos os andares têm uma unidade adaptada. O valor pago pelo imóvel ficou entre um “comum” de um dormitório e uma unidade de dois quartos. “A única coisa que tenho a reclamar é que a maioria dos adaptados é de apenas de um dormitório. Eu gostaria muito de achar outros com dois ou três dormitórios”, comenta.
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