Saiba como anda o mercado de escritórios

Um estudo da Cushman & Wakefield revela que o preço pedido de locação em edifícios de escritórios corporativos nas principais capitais do País estavam em queda no segundo trimestre de 2014. Quando comparados ao mesmo período de 2013, a desvalorização foi de 8,6% e, em relação ao primeiro trimestre deste ano, a queda foi de 4%. O alto volume de estoque disponível continua com forte pressão sobre as negociações, causando descolamento ainda maior quando comparados aos preços fechados.

Alto volume de estoque disponível continua com forte pressão sobre as negociações (Foto: Shutterstock)
Os indicadores de atividade na construção civil começaram a dar sinais de estagnação em junho de 2014. Segundo dados da CNI (Confederação Nacional da Indústria), o setor não mostra expansão na contratação de novos empregados ou expectativa de melhoras no nível de atividade, seja com lançamentos ou compra de insumos. Por outro lado, a movimentação significativa dos ocupantes percebida no fechamento de novas locações no segundo trimestre do mesmo ano, com raras exceções, pode ser entendida como uma estratégia ao ritmo mais lento da economia do que propriamente uma demanda efetiva visando expansão dos negócios.
“Estes sinais foram mais percebidos em capitais onde a oferta de novos espaços corporativos eram de melhor qualidade, tornando estes mercados mais competitivos na busca por ocupantes”, analisa Raquel Miralles, gerente-geral de Locações para São Paulo da Cushman & Wakefield.
Perspectiva
Com a diminuição do número de lançamentos de empreendimentos corporativos no segundo semestre do ano passado, a expectativa é de que o novo estoque se mantenha em absorção pelo próximo ano e que, na medida em que seja absorvido, os espaços remanescentes se tornem mais raros e, portanto, mais valorizados para o próximo período. A velocidade desta absorção, porém, será um fator importante nesta valorização.
São Paulo
Em São Paulo, o preço pedido médio de locação apresentou queda de 4,0% nas regiões CBD para os empreendimentos Classe A. O valor médio no segundo trimestre do ano ficou em R$ 121,8/m²/mês contra R$126,9/m²/mês no primeiro trimestre de 2014.
A maior variação negativa foi observada na região Paulista, com queda de 5,7% (de R$ 133,5 para R$ 125,8) e a menor variação negativa para a região Faria Lima, com queda de 1,1% (de R$163,1 para R$ 161,2).
Todas as regiões pesquisadas apresentaram variações negativas para o preço pedido de locação, reforçando a tendência de ajuste em curso no mercado. As maiores variações, entretanto, foram mais evidentes em regiões com menos oferta de estoques de alta qualidade.
A taxa de vacância foi de 16,4% e apresentou alta de 1,7 p.p em relação ao primeiro trimestre.
Rio de Janeiro
O preço pedido médio de locação de empreendimentos para Classe A apresentou pequena variação, passando de R$ 132,9/m²/mês no primeiro trimestre para R$ 135,9/m²/mês no segundo trimestre de 2014. Este aumento foi puramente estatístico, pois houve aumento da vacância na Orla, região onde os valores pedidos estão acima da média no Rio.
De fato, a pesquisa aponta que o mercado do Rio mostrou queda de preços pedidos em todas as regiões, com exceção da Zona Portuária, onde ficaram estáveis. A maior variação negativa foi constatada na Orla (de R$ 187,1/m²/mês para R$ 158,5/m²/mês). Todavia, o aumento da oferta na Orla de 23.257 m² no segundo trimestre contra 22.840 m² no primeiro trimestre causou o aumento do preço médio pedido nas regiões CBD.
Refletindo condições mais favoráveis de mercado, houve a migração de grandes ocupantes para empreendimentos de melhor qualidade, com as maiores absorções observadas na Cidade Nova e Orla.
A taxa de vacância no segundo trimestre foi de 11,6% para os empreendimentos Classe A nas regiões CBD pesquisadas e recuou 1,9 p.p. em relação ao primeiro trimestre deste ano.
Para Raquel, as regiões que têm apresentado maior absorção são as que receberam novo estoque com mais qualidade e que apresentaram flexibilização na negociação.
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