Produção gráfica para profissionais imobiliários. Parte 1
O Guru preparou para você este artigo que ensina ao profissional imobiliário todo conhecimento necessário para que você possa solicitar materiais gráficos, com suas especificações e nomenclaturas. Saiba através deste artigo, dividido em duas partes, como pedir seus cartões de visita, panfletos, folders, entre outros materiais.
Para melhor compreensão, começaremos com alguns termos utilizadosna área gráfica:
Glossário Gráfico: da arte à impressão
Boneco: molde que se faz para representar um material antes da impressão. Geralmente utilizado para materiais que terão dobras ou algumas páginas;
CMYK: sigla para o modo de cor utilizado para impressão. Significa Ciano Magenta Yellow Black, as quatro cores que existem nas impressoras – ciano, magenta, amarelo e preto;
Degradé ou Gradiente: variação progressiva de cores ou entre tons. Muito utilizado para dar efeito de luz às peças gráficas;
DPI: sigla para Dots Per Inch, do inglês “Pontos por Polegada”. Quanto maior o DPI, melhor a resolução da imagem. Para impressão geralmente se utiliza 300dpi;
Extensão de arquivos: para a indústria gráfica existem diversas extensões de arquivos que podem conter o material desenvolvido. Abaixo há uma descrição dos principais tipos de extensões;
.ai – Gerado pelo programa Adobe Illustrator, programa editor de imagens vetoriais – que podem ser ampliadas sem perder sua forma e qualidade;
.cdr – Arquivo similar ao .Ai, porém é gerado pelo Corel Draw, o mais conhecido programa de edição vetorial;
.eps – Extensão “genérica” criada para trocar informações de arquivos editáveis de vetores entre programas diferentes;
.jpg – Extensão comum de imagens, as fotos que tiramos em nossas câmeras e celulares salvam neste tipo de arquivo. Não recomendado para produção gráfica;
.pdf – Formato portátil de arquivos, geralmente leve. O mais recomendado para ser enviado para impressão.
Faca de corte: utilizado para dar o formato, o corte, personalizado a um impresso, muito usado em cartões de visita e folders com cortes especiais. Os cantos arredondados nem sempre utilizam facas, pois existem máquinas que já realizam este acabamento comum;
Gramatura do Papel: é a relação entre volume e densidade do papel expressa em gramas por metro quadrado. Variam entre 50 g/m² e 300 g/m², mas podem haver exceções para projetos especiais.
Margem: é a área que se resguarda da margem de corte da peça, avançando entre 3mm e 5mm ao interior, da qual se evita dispor elementos gráficos ou textos nesta região. Evita que algo seja cortado acaso ocorra uma variação da posição de corte para a parte interior do material;
Máscara: quando se utiliza um acabamento do tipo verniz localizado, relevo ou outros, se necessita de um arquivo complementar, chamado de máscara, que marcará as áreas que receberão o acabamento;
Pantone: sistema de classificação de cores e mistura de tintas padronizadas para obtenção de cores especiais. O sistema Pantone permite que cores especiais sejam impressas, tais como as cores metálicas e fluorescentes.
Pixel: menor unidade visual, como se fosse um “átomo”. Pode ser compreendido como “ponto” também;
Prova: teste impresso para conferir/provar a qualidade, acabamentos e cores da impressão antes de ir à produção da totalidade;
Resolução: é o número de pixel ou ponto por área linear. Quanto maior a resolução, maior a fidelidade do impresso ao digital;
RGB: sistema de cores utilizado em monitores. Significa Red Green Blue, em português, Vermelho Verde Azul. Quem lembra que as televisões beeeem antigas tinham estas três cores gravadas nela?
Sangra/Sangria: similar à margem, porém ela se dá ao exterior de onde deve ser cortado o papel. Ao usar a sangra, de 3mm à 5mm, você deve “estender” o que há no fundo da imagem até a sangra. Assim, se ocorrer do corte variar para além do que deveria, seu material não sairá com uma margem branca que não deveria.
Especificações para um material gráfico
Assim como em qualquer indústria, na área gráfica também há seus padrões e linguagens que facilitam a compreensão e, por consequência, agilizam o processo diminuindo o risco de falhas por “mal entendidos”.
Basicamente, antes do orçamento e produção de um material gráfico será necessário saber:
– Tipo de papel
– Gramatura do papel
– Cores de impressão
– Acabamentos
Saiba abaixo mais detalhes sobre cada um destes itens.
a) Tipos de papel
Existem diversos tipos de papel, e cada um possui suas peculiaridades que os deixam mais ou menos indicados para cada tipo de material. Conheça os principais tipos:
Offset: tipo de papel poroso e simples, ideal para escrever, pois absorve bem a tinta. Usado principalmente para serviços de impressão pelo processo offset, para revistas, livros, folhetos, cartazes, selos, etc. Não é tão recomendado para materiais gráficos que exijam um grande acabamento, pois não tem muita qualidade.
Couchê: entre os mais simples, é o de melhor qualidade e o mais utilizado. Não é poroso como o jornal e o offset por levar uma camada selante nas duas faces, o que lhe deixa impermeável. É o mais utilizado para panfletos, folders, capas de revistas, cartões de visita, etc. Ele pode ser fosco ou com brilho.
Supremo: intermediário entre o couchê e o offset, com maior resistência. Possui um lado opaco e outro brilhoso.
Sulfite: Papel branco comum, utilizando em impressoras. Possui vários tamanhos e cores, mas o mais comum é o tamanho A4.
Reciclato: feito de sobras de papel sem impressão e de papéis impressos. A diferente dosagem entre a matéria-prima reciclada lhe deixa com colorações e texturas diversas. Pode ser utilizado em cartões de visita, folders, etc. Bom para dar um toque conceitual e ecológico ao material gráfico.
b) Gramaturas de papel
A gramatura define não exatamente a espessura do papel, mas sim a densidade dele. Quanto maior a densidade, maior a resistência.
Cada tipo de material (se um folder, panfleto ou cartão, por exemplo) terá uma gramatura adequada.
75g/m² e 90g/m²: esta faixa de gramatura é muito utilizada em nosso dia a dia em impressões em casa ou trabalho, com o tipo sulfite. Essa gramatura pode servir para panfletos mais simples;
120g/m² e 150 g/m²: para criar panfletos, flyers e folders menos espessos, esta é a gramatura ideal;
180 g/m²: cartolinas e cartões de visita caseiros (de baixa qualidade) utilizam esta gramatura;
210 g/m² à 300 g/m²: aqui entram os cartões de visita e calendários, por exemplo.
Nota sobre tipo de papel e gramatura
É possível que seja utilizado qualquer combinação entre gramatura e tipo de papel, mas tentar utilizar algo fora do habitual pode ser arriscado e deve ser desenvolvido por um profissional de criação, um designer gráfico. Ele poderá elaborar o lado conceitual que justificará o uso e com seu conhecimento fará do diferente, um diferencial e não um equívoco.
c) Tamanhos de Papel
Este fator chega a ser divertido depois que compreendido.
Você conhece o tamanho A4, certo? Se não, vá até a impressora e pegue uma folha: ela é uma A4 – a mais comum. E vamos fazer um pequeno exercício.
Dobre a folha no meio no sentido vertical. Agora você tem uma folha A5 – a metade da dimensão de uma A4, e na mesma proporção. Dobrando novamente, você terá uma folha A6! Se fosse possível você duplicar o tamanho de uma A4, você criaria uma folha A3. E assim por diante.
Veja a imagem comparativa dos tamanhos e abaixo dela as dimensões das mais usadas em milímetros.
A2 – 420mm x 594mm
A3 – 297mm x 420mm
A4 – 210mm x 297mm
A5 – 148mm x 210mm
A6 – 105mm x 148mm
A7 – 74mm x 105mm
Além dos tamanhos mais comuns que citamos, você pode ter necessidade de produzir algum material de tamanho mais específico. Para isso, existe o famoso aproveitamento de papel, que reflete em economia para o seu bolso. Para saber quais são todos os tamanhos e tipos de aproveitamento, clique aqui.
d) Cores
No mercado gráfico se estabeleceu um padrão bem simples para informar a quantidade de cores que serão necessárias para cada material.
No glossário falamos de CMYK, as quatro cores da impressora, formado por Ciano (Cyan), Magenta (Magenta), Amarelo (Yellow) e Preto (“K”ey- do inglês=chave, pois é a base). Para imprimir, ocorre uma fusão destas cores que geram todas as outras que você vê no papel.
Abaixo, você estão as 4 cores da impressora em seu 100% de pureza.
Se você, por exemplo, faz um folheto preto e branco, você utilizará somente a cor preta, somente o K do CMYK. Ou seja, utiliza somente 1 cor. O mesmo ocorre se utilizar a escala de cor do Ciano, Magenta ou Amarelo. Se for somente a variação da escala da mesma cor, utilizará apenas 1 cor, mas convenhamos que dificilmente você fará um material bonito utilizando somente 1 cor, não é mesmo?
Quando você enviar um material para produção, deverá informar a quantidade de cores que cada face do papel contém. Isto será representado por quantidade de cores (do CMYK) na frente pela quantidade de cores no verso. Mas e como saber quantas cores seu material possui? É possível saber através dos próprios programas gráficos, normalmente clicando dentro da caixa de cor. Caso exista dúvida, a própria gráfica poderá lhe auxiliar.
Neste 4×1, estamos dizendo que a impressão usará 4 cores na frente e somente 1 no verso. Se todo o material, frente e verso, utilizar somente preto, será representado assim: 1×1.
Agora, desafio você a dizer como seria um material totalmente colorido em ambas as faces?
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Se 4×1 é colorido na frente e monocromático no verso, logicamente um material 4×4 utiliza todas as cores da impressora nos dois lados do papel.
Para dizer que no verso não há nada a ser impresso, basta deixar o respectivo número como zero, assim 1×0, ou ainda 4×0.
Resumindo:
4×0 – Colorido na frente e verso sem impressão
4×1 – Colorido na frente e verso utilizando somente uma cor (ciano, magenta, amarelo ou preto, puras ou em suas escalas)
4×4 – Colorido na frente e no verso
1×0 – Uma das cores do CMYK na frente e sem impressão no verso
1×1 – Uma das cores do CMYK na frente e o mesmo no verso
e) Acabamentos
Os acabamentos servem tanto para dar mais resistência ao impresso quanto para embelezá-lo em alguns casos. Também existem os que dão outras formas e características ao material transformando um simples pedaço de papel, em uma peça única.
Os mais comuns são:
- Laminação fosca ou com brilho: dá mais resistência ao papel e deixa-o liso;
- Verniz total: dá brilho intenso ao material gráfico e aumenta a durabilidade;
- Verniz localizado: em contraste com materiais foscos deixa um efeito muito bonito;
- Prolan: confere um aspecto “emborrachado” ao papel. Muito utilizado em cartões de visita contrastando com o verniz localizado;
- Vinco: é um “amassamento” linear na folha para facilitar o manuseio ou a dobra sem danificar o papel;
- Dobra: utilizado para gerar materiais com páginas, muito utilizado no mercado imobiliário;
- Corte especiais: utiliza facas como molde para gerar novos formatos ao material gráfico. Um tipo de solução geralmente encontrado em materiais de construtoras para grandes empreendimentos;
- Bordas arredondadas: faz com que o material fuja um pouco do lugar comum. Ajuda a evitar dobras indesejadas e desgaste nos cantos retos. Fica muito interessante em cartões de visita.
Saiba mais sobre produção gráfica para o mercado imobiliário, na parte 2 deste post.
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