Preços dos imóveis usados começam se estabilizar no Rio de Janeiro

O valor das ofertas para compra de imóveis usados no Rio de Janeiro começa a se estabilizar, depois de aumentos expressivos nos últimos anos. O motivo, segundo o gerente geral de Vendas da imobiliária Apsa, Rogério Quintanilha, seria a constatação de que o Rio de Janeiro não se beneficiou tanto quanto se esperava pela realização da Copa do Mundo e das Olimpíadas e pela indústria de extração de óleo e gás.

Segundo a Apsa, é possível que os preços de imóveis usados cheguem até a baixar um pouco (Foto: Shutterstock)
“Os preços atingiram valores altos na cidade porque o Rio era visto como a bola da vez no Brasil. Falava-se de muitas empresas que viriam para a cidade, novos empregos que seriam gerados, tudo isso somado a expectativa de grandes avanços na infraestrutura, nos transportes públicos e na segurança. Muitas coisas melhoraram, mas não como se esperava. O novo modelo de exploração de petróleo não atraiu tanto assim as empresas e a demanda por novas moradias ficou menor. O crescimento dos juros e da inflação também inibiu a intenção de compra da população”, analisa.
Segundo Rogério, diante deste cenário, é possível que os preços de imóveis usados cheguem até a baixar um pouco. “A demanda continua grande, mas muitas vendas não estão sendo mais realizadas com a mesma velocidade”, afirma.
Na carteira de imóveis da Apsa, este ano, os valores de ofertas no Rio tiveram um crescimento acumulado de 5,8%. É maior que a inflação do período, mas os fechamentos estão ocorrendo, em muitos casos, em valores que variam de 10% a 20% abaixo dos ofertados. Isso quer dizer que está havendo mais negociação. Os compradores estão mais cautelosos e os proprietários estão vendo uma nova realidade. “Vende mais rápido quem aceita conceder algum desconto”, revela.
Em bairros como Tijuca e Méier, onde a procura por imóveis ainda é maior, os preços mantêm a valorização média verificada em torno de 5%. Mas no Leblon, onde ficam os endereços mais caros da cidade, o valor das ofertas já apresenta queda de 0,7% no ano. No bairro vizinho, Ipanema, o aumento também foi tímido e ficou em 1,3%.
Imóveis maiores, de três ou mais quartos, estão tendo uma desaceleração nos seus valores mais acentuada do que os demais. Os imóveis de sala e quarto e até os de dois quartos estão sofrendo menos com a queda da economia brasileira e do poder de compra da população.
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