Preços dos imóveis usados começam se estabilizar no Rio de Janeiro
O valor das ofertas para compra de imóveis usados no Rio de Janeiro começa a se estabilizar, depois de aumentos expressivos nos últimos anos. O motivo, segundo o gerente geral de Vendas da imobiliária Apsa, Rogério Quintanilha, seria a constatação de que o Rio de Janeiro não se beneficiou tanto quanto se esperava pela realização da Copa do Mundo e das Olimpíadas e pela indústria de extração de óleo e gás.
“Os preços atingiram valores altos na cidade porque o Rio era visto como a bola da vez no Brasil. Falava-se de muitas empresas que viriam para a cidade, novos empregos que seriam gerados, tudo isso somado a expectativa de grandes avanços na infraestrutura, nos transportes públicos e na segurança. Muitas coisas melhoraram, mas não como se esperava. O novo modelo de exploração de petróleo não atraiu tanto assim as empresas e a demanda por novas moradias ficou menor. O crescimento dos juros e da inflação também inibiu a intenção de compra da população”, analisa.
+ SAIBA MAIS
O consumidor é OBRIGADO a pagar taxa de corretagem?
Veja quais são as joias raras de cada BAIRRO do Rio de Janeiro
Lançamentos de unidades residenciais no Rio estão bem MELHORES do que em SP
Segundo Rogério, diante deste cenário, é possível que os preços de imóveis usados cheguem até a baixar um pouco. “A demanda continua grande, mas muitas vendas não estão sendo mais realizadas com a mesma velocidade”, afirma.
Na carteira de imóveis da Apsa, este ano, os valores de ofertas no Rio tiveram um crescimento acumulado de 5,8%. É maior que a inflação do período, mas os fechamentos estão ocorrendo, em muitos casos, em valores que variam de 10% a 20% abaixo dos ofertados. Isso quer dizer que está havendo mais negociação. Os compradores estão mais cautelosos e os proprietários estão vendo uma nova realidade. “Vende mais rápido quem aceita conceder algum desconto”, revela.
Em bairros como Tijuca e Méier, onde a procura por imóveis ainda é maior, os preços mantêm a valorização média verificada em torno de 5%. Mas no Leblon, onde ficam os endereços mais caros da cidade, o valor das ofertas já apresenta queda de 0,7% no ano. No bairro vizinho, Ipanema, o aumento também foi tímido e ficou em 1,3%.
Imóveis maiores, de três ou mais quartos, estão tendo uma desaceleração nos seus valores mais acentuada do que os demais. Os imóveis de sala e quarto e até os de dois quartos estão sofrendo menos com a queda da economia brasileira e do poder de compra da população.
Comentários