O consumidor do mercado imobiliário das comunidades
Existe um mercado imobiliário que alguns corretores de imóveis desconhecem: o das favelas do Brasil. Existe um mercado imobiliário que alguns corretores desconhecem: o das favelas do Brasil. Hoje são mais de 17 milhões de pessoas morando em favelas e comunidades. Essa população, cerca de 8% dos brasileiros, movimenta mais de R$119 bilhões em renda própria por ano. Mas como acontece a divulgação dos imóveis localizados nessas áreas de grande densidade urbana?
Antes de tudo, vamos quebrar alguns mitos. Nem todos os imóveis nas favelas são não regularizados; moradores de diversas comunidades do país têm a escritura de suas casas. De 2003 a 2010, por exemplo, uma iniciativa no Rio de Janeiro regularizou mais de 3 mil imóveis em favelas.
Anúncios de imóveis na comunidade
Nas comunidades, ainda é forte o anúncio de imóveis nos postes de luz e vias públicas. Quem tem interesse em alugar ou vender, cola um papel pela vizinhança e aguarda o contato de interessados. Outros canais de divulgação são as associações de moradores, imobiliárias locais e redes sociais.
Isso nos leva à outra ideia que precisamos desconstruir: a favela não está à parte do mundo online. Pelo contrário! Dos moradores de comunidades no sudeste do país, cerca de 90% acessam diariamente a internet. Destes, 80% tem Facebook ou Instagram; é claro que os negócios podem acontecer online.
Estes dados foram apresentados por Elvis Póvoas, fundador do site FAV Imóveis, durante o Conecta Imobi 2018. Elvis cresceu no Complexo de Comunidades Santa Teresa e teve a ideia de criar um portal de anúncios de imóveis de favela por conta da dificuldade do pai em vender a casa.
Imobiliárias locais das comunidades
A iniciativa de Elvis Póvoas nos dá algumas pistas do desenvolvimento dos negócios nessas áreas tão cruciais para os centros urbanos: os moradores de favelas e comunidades estão muito conectados com as inovações tecnológicas e sim, são um público importante na perspectiva do desenvolvimento de novas tecnologias do mercado.
Outra pista que salta aos olhos, como uma surpresa para quem não tem contato com moradores de comunidades: há possibilidade de formar jovens das próprias favelas e comunidades para criação de comerciais imobiliários locais, que teriam o potencial de atender um enorme nicho de mercado.
Potencial de inovação das comunidades
Muito se fala no mercado imobiliário sobre a necessidade de inovar. Pois, aqui está uma grande oportunidade de olhar para um público pouco atendido, mas muito promissor: tanto em volume de pessoas quanto de renda circulando.
Você já pensou em nichar sua atuação num mercado menos concorrido por corretores e imobiliárias? Já imaginou ouvir essas pessoas, entender quais são as suas dores na questão da moradia e na possível criação de soluções inovadoras para esse público?
Seja você uma pessoa que mora numa comunidade ou não, é preciso estar atento para o potencial de criação, inovação e tração que esse mercado possui – especialmente no imobiliário!
Você conhece o mercado imobiliário das comunidades brasileiras? Conta para a gente sua experiência nos comentários!
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