Como a neuroarquitetura afeta a escolha por imóveis
As tendências de arquitetura evoluem com o tempo e o mercado imobiliário acompanha essa evolução, já que são duas áreas conectadas pelo morar. Uma dessas tendências é a neuroarquitetura, que vem ganhando espaço nos últimos anos e pode modificar a relação das pessoas com os imóveis.
A neuroarquitetura segue a teoria de se apropriar da ciência e da tecnologia para desenvolver espaços mais funcionais e que interfiram positivamente no comportamento e na saúde mental.
Mas afinal, o que é neuroarquitetura e como ela pode interferir na escolha por imóveis no mercado imobiliário? Vamos entender a seguir!
O que é neuroarquitetura?
A neuroarquitetura é a junção da arquitetura com a neurociência. Na neuroarquitetura, estuda-se o funcionamento do cérebro humano para aplicar técnicas e recursos que impactam as emoções humanas na composição dos espaços arquitetônicos.
Por meio de estudos com ressonância magnética e eletroencefalograma, por exemplo, é possível mapear as respostas do cérebro a determinados estímulos e mapear gatilhos que podem influenciar as emoções e os comportamentos humanos.
No contexto da arquitetura, entender esses gatilhos é importante pois, assim, é possível pensar os espaços para que estimulem emoções e comportamentos específicos.
O mesmo vale para a psicoarquitetura, que estuda o comportamento humano de forma mais subjetiva para chegar a elementos que proporcionem as emoções desejadas.
A evolução dessa área da ciência contribui com o mercado imobiliário à medida que empreiteiras e incorporadoras podem se apropriar desses conhecimentos para criar empreendimentos que provoquem o bem-estar dos moradores.
Desta forma, imóveis podem ser projetados pensados para além da funcionalidade e do conforto, mas modulados a partir da necessidade do público a ser atingido.
Exemplos de neuroarquitetura
A neuroarquitetura já vem sendo empregada na composição de espaços como hospitais e imóveis comerciais, com objetivo de facilitar o tratamento de pacientes ou incentivar a identificação com o layout da loja para que clientes passem mais tempo no espaço.
O Centro Oncológico Kraemer, na Califórnia, EUA, é um excelente exemplo de como a neuroarquitetura é efetiva. Focado no tratamento de pacientes com câncer, o espaço foi pensado para aliviar o estresse e a ansiedade naturalmente causados pelo processo.
Neste exemplo, a luz natural e a vista para a natureza foram usadas para acalmar os pacientes e criar uma atmosfera de relaxamento. Todo o prédio conta com paredes de vidro, que permitem a visualização do jardim zen que circunda o prédio.
O mesmo pode valer para moradias. Construtoras, em parceria com grandes escritórios de arquitetura, já aproveitam a neuroarquitetura na hora de construir e lançar produtos imobiliários.
Um bom exemplo de recurso que pode ser utilizado na arquitetura do espaço para causar determinada sensação é o uso da biofilia em projetos de imóveis.
A biofilia é a tendência que seres humanos têm de se conectarem com a natureza e outros seres vivos. Essa é uma corrente científica bastante consolidada e que vem sendo aproveitada na neuroarquitetura.
Para gerar bem-estar, condomínios contam com áreas verdes integradas ao edifício. No projeto dos apartamentos, a arquitetura pode ser pensada para direcionar a vista dos moradores ao espaço verde, com grandes janelas, por exemplo.
A acústica de espaços de trabalho é outro exemplo de cuidado com a neuroarquitetura. Sobretudo depois da pandemia e a ascensão do home office, escritórios em casa são uma realidade.
Com a neuroarquitetura, é possível compor um ambiente com bom isolamento acústico, para favorecer a concentração, além de iluminação pensada para o mesmo objetivo, com luzes brancas, que despertam o estado de alerta e atenção no cérebro humano.
Como a neuroarquitetura influencia na escolha de imóveis?
Com ambientes pensados para reforçar as sensações de acordo com a necessidade do cliente, esses recursos devem ser promovidos na divulgação dos imóveis.
Desde o anúncio do imóvel, esses atributos podem ser destacados como benefícios que vão atuar no bem-estar dos moradores.
Além disso, a sensação de acolhimento e alegria já podem ser sentidas e destacadas na visita. As técnicas de home staging pode ajudar nisso, inclusive.
Essa é uma tendência que responde à alta exigência do público que está cada vez mais empoderado de suas escolhas.
Por isso, o corretor também deve estar atento às tendências aplicadas ao projeto para apresentar seus benefícios da melhor forma ao cliente e reforçar sua argumentação de vendas.
A relação das pessoas com o morar está em constante mudança e o mercado imobiliário deve acompanhar esses movimentos.
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