Elisa Rosenthal: o importante papel das mulheres na corretagem imobiliária
A comparação com os números e modelos de negócios praticados pelo mercado imobiliário americano é uma realidade em nosso setor.
Além das inspirações nos arranhas céus de Miami, nos corporativos nova-iorquinos e nas estrelas da corretagem californianas, um importante destaque é o percentual de mulheres neste mercado que movimenta cerca de 9 bilhões de dólares, segundo a Allied Market Research.
De acordo com a NAR (Nacional Association of Realtors), desde 1978 as mulheres são a maioria das corretoras (realtors), representando 65% dos membros em 2021.
Elas são particularmente atraídas pela flexibilidade de horário do setor imobiliário e pelas oportunidades de ajudar suas famílias.
Uma pesquisa realizada pelo COFECI (Conselho Federal de Corretores de Imóveis) em 2013, mostrava que nos últimos 10 anos, o número de mulheres no mercado imobiliário brasileiro tinha crescido 144%.
Ainda segundo o Conselho, hoje, elas ocupam apenas 34% dos profissionais legalmente registrados.
Apesar da distância que estamos do percentual de representatividade de profissionais em nosso setor, o Raio-X da corretora de imóveis, elaborado pela DataZap+ em parceria com o Instituto Mulheres do Imobiliário, identificou o quanto estamos preparadas para assumirmos, cada vez mais, as posições de liderança neste segmento.
Na última década, as mulheres da corretagem no imobiliário assumem a frente ao se destacarem em 5 pontos percentuais em relação aos homens ao completar o ensino superior, mostrando maior preocupação com o conhecimento.
Uma das principais críticas que esta profissão recebe se refere à necessidade de se preparar para as transformações exigidas, especialmente quando falamos sobre digitalização no desenvolvimento da transação comercial.
As corretoras que possuem uma média 60% dos atendimentos semanais sendo feitos de forma online e 90% de forma presencial procuram se munir com as ferramentas necessárias para atuar nesta realidade imposta pelo novo modelo híbrido, como o uso de câmeras de alta qualidade para fotos, anúncios pagos e atuação nas redes sociais.
A similaridade que temos com o atual mercado americano, infelizmente, ainda fica identificada pela baixa representatividade feminina nos cargos de liderança.
Embora existam muitas mulheres na indústria, elas são menos representadas em cargos executivos. Este desafio também foi medido pela pesquisa DataZap+ e Mulheres do Imobiliário, com o destaque ao percentual acometido pelo machismo que ainda é proeminente no imobiliário.
Mudar a demografia da representatividade feminina nas lideranças exigirá um compromisso com o desenvolvimento e promoção destes talentos em todos os níveis da cadeia produtiva, porque se depender da vontade das corretoras, nós já somos a liderança.
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