Existe um movimento peculiar no Planejamento Urbano Brasileiro?
Especialista: Urbanismo
Enquanto urbanistas estudiosos buscam soluções e inovações para viabilizar o viver dignamente nas grandes cidades, planos e legislações arcaicos permitem a ampliação das fronteiras urbanas das pequenas e médias cidades.
Por sinal, foram as médias cidades que apresentaram o maior crescimento econômico no País. Por conta do crédito e da demanda reprimida, os empreendedores imobiliários aproveitaram-se da oportunidade e, entre 2010 e 2013, inundaram o mercado com novos empreendimentos (em especial, os loteamentos).
É justamente neste ponto que se enxerga a contradição: enquanto nas grandes cidades procura-se compactar para viabilizar e otimizar as infraestruturas, nas médias cidades, a palavra de ordem é expandir como sinal de progresso e desenvolvimento, abrindo-se novos e mais novos condomínios, onde se vende a ilusão de que estar longe e cercado por muros e grades, com portaria blindada é sinal de qualidade de vida.
Pois bem, daqui 30 anos ou até menos, as pessoas estarão descontentes e reivindicando que linhas de ônibus passem na frente do seu condomínio, que as vias devam ser duplicadas porque não mais comportam o tráfego de veículos, que não há equipamentos públicos, etc e tal.
Esse filme nós já assistimos antes e pagamos caro, até hoje pela falta de planejamento e ocupação desordenada nas periferias das grandes cidades.
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