Fundo imobiliário do Governo de São Paulo não vai impactar vida do corretor
Os imóveis que pertencem ao Governo do Estado de São Paulo e não são utilizados serão colocados à venda em um fundo imobiliário que será criado pelo governo paulista. Inicialmente, serão 350 unidades, entre prédios, terrenos, casas e apartamentos. O objetivo é fazer caixa com o que hoje só dá despesa.
Para o presidente do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis (Creci-SP), José Augusto Viana Neto, essa medida não impactará a vida dos corretores. “O que o Estado está fazendo não diz respeito a nossa atividade imobiliária. Temos uma participação paralela e de assessoria”, diz Viana Neto.
Ele explica que, até há pouco tempo, o governo precisava da aprovação da Assembleia Legislativa (Alesp) para abertura de edital de licitação de cada imóvel próprio que era vendido. “Quando acontecia essa situação, o corretor, enxergando a possibilidade de um negócio, procurava o cliente para fazer a venda”, afirma o presidente do Creci-SP. Ele ressalta que são poucos os interessados nos imóveis do Estado.
Nesse modelo proposto e já autorizado pela Alesp, os imóveis ficarão no fundo imobiliário que será administrado por um gestor escolhido por meio de licitação. Essa empresa será fiscalizada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A criação do fundo será formalizada após consulta púbica, que será realizada pela Secretaria da Fazenda de São Paulo. A pasta espera conseguir R$ 1,5 bilhão com a medida.
“Um fundo como este que estamos planejando poderá contratar avaliações especializadas, selecionar potenciais compradores e elevar o valor da venda”, destaca o secretário de Estado da Fazenda, Helcio Tokeshi, acreditando que o retorno financeiro pode ser ainda maior. Os primeiros imóveis que serão colocados no mercado são aqueles que estão com a documentação regularizada.
Leilão
O vice-governador de São Paulo, Márcio França, explica que o esfriamento do mercado dificulta a venda de imóveis e, no caso dos bens públicos, geralmente o valor da avaliação fica acima da média. “Quem avalia (do próprio Estado) não quer correr o risco de acharem que está desvalorizando a propriedade”, diz.
Para diminuir essa situação, o modelo do fundo imobiliário passará a ter avaliação privada e os bens serão leiloados. “Se coloco o preço de um imóvel em R$ 100 mil, posso não conseguir vendê-lo. Mas, e se alguém oferece R$ 80 mil, R$ 70 mil ou R$ 60 mil? Venderemos por R$ 60 mil e deixaremos de ter o custo mensal do imóvel, além dos problemas, como invasão”, exemplifica França.
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