Elisa Rosenthal: É hora de dar crédito ao futuro do Imobiliário
Segundo dados da ABECIP ( Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança), os financiamentos imobiliários com recursos das cadernetas do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) atingiram R$ 17,9 bilhões em julho de 2022, melhor resultado do ano e segundo maior volume para um mês de julho da série histórica. O montante expressivo do mês indicou alta de 12,8% sobre o do mês anterior, embora inferior em 4,5% ao mesmo período de 2021.
Este volume tem um significado muito importante para todo o setor e um especial aos profissionais que atuam com corretagem imobiliária mostrando que a alavancada do crédito imobiliário assume papel protagonista na jornada de compra de um imóvel.
As projeções também indicam que o ano de 2022 irá se consolidar como o segundo melhor ano do crédito imobiliário, após o boom que tivemos em 2021 por conta, essencialmente, do histórico que tivemos das baixas taxas de juros.
O que muda do ano passado para este é que a alta dos juros contribuiu para a maturidade do mercado, separando quem promete de quem realmente faz, como ressaltou o economista do Bradesco, Fernando Honorato Barbosa, durante o ABECIP Summit 2022.
Não é à toa que as altas demissões nas startups foram um reflexo da cobrança efetiva por resultados e, enquanto isso, empresas mais sólidas possuem a oportunidade de mostrar o real motivo por estarem há tanto tempo liderando o setor, com portfólios de produtos, conhecimento e resultados, fatores importantes para os consumidores que irão optar pela opção de uma tomada de crédito de longo prazo e que precisa, necessariamente, de lastro e confiança.
Nas pesquisa realizadas pelo Instituto Mulheres do Imobiliário com a behup, identificamos que, ao perguntar sobre quais informações a pessoa compradora procurou saber sobre o imóvel antes de concluir a compra, logos após a localização, os itens de maior destaque são sobre reputação das construtoras (42,9% das mulheres e 36,6% dos homens) e o portfólio dos imóveis que foram entregues (35,3% das mulheres e 27,3% dos homens).
Quando os resilientes se sobressaem
Resiliência é a propriedade física que alguns corpos apresentam de retornar à forma original após terem sido submetidos a uma deformação elástica, uma habilidade fundamental à empresas e profissionais deste setor que atua de forma cíclica, com crises que marcam o segmento altas de vendas seguidas por baixas sistemáticas.
Profissionais e empresas que souberem se preparar para lidar com ferramentas e serviços que estabeleçam relações de confiança e mostrem segurança nas transações e entregas, sairão na frente.
Em um ano de eleições, a alta expectativa pelas regras fiscais do novo governo reforçam que a expectativa pela retomada dos empregos e o atingimento do teto limite de aumento das taxas de juros devem projetar um cenário ainda promissor ao crédito imobiliário neste próximo ciclo. Neste cenário, trabalhar com empresas sólidas pode fazer a diferença para quem dá e dará crédito ao nosso setor, o que significa que empresas devam se movimentar para realmente entregar valor ao mercado e clientes.
Muito além do crédito, o valor percebido se aplica também aos serviços dedicados aos clientes, esteiras digitais mais robustas e facilidades nas relações humanas e de negócios.
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