Como contornar a bolha imobiliária

Em 2008 vimos os Estados Unidos sucumbir em uma crise que foi iniciada pela famosa “bolha imobiliária norte-americana”, que culminou com fechamentos de bancos e uma crise mundial que afetou vários setores, não apenas o imobiliário. Toda a situação se deu por conta do modelo de negócios americano na compra e venda de casas, baseada em hipotecas que poderiam ser prorrogadas, o que acabava aumentando o risco de inadimplência.

Mesmo que aqui no Brasil não sofremos o risco de ver uma grande bola de neve envolvendo financiadoras e mercado imobiliário, não devemos achar que estamos livres da aproximação de uma gigante bolha imobiliária. A verticalização das cidades, as facilidades de crédito e financiamento para compra de apartamentos e casas e a demanda sempre crescente nos centros urbanos podem ser sinalizadores de sucesso no setor – mas também podem ser um prelúdio do desaquecimento.

Isso porque o preço dos imóveis sobe assustadoramente nas grandes cidades, elevando o preço a se pagar pela qualidade de vida, de uma forma que não torna o direito a uma boa moradia acessível para todos. Em cidades como Belo Horizonte, por exemplo, a situação se complicou nos últimos anos graças às obras da Linha Verde, onde apartamentos e casas simples dos arredores da obra ganharam ares – ou, pelo menos, preço – de moradias de luxo. Além disso, ainda na capital mineira, é difícil conseguir uma casa para aluguel a preço acessível à maioria da população belo-horizontina.

Nesses casos, o sonho de casa própria pode acabar virando um tremendo pesadelo. A capital mineira tem imóveis três vezes mais caros em 2013, em relação ao ano de 2006. Isso pode parecer pouco, mas os preços não negam: o mercado imobiliário da cidade atingiu preços que beiram o surreal, e BH apenas puxou a fila das grandes cidades que ainda esperam se beneficiar das obras para a Copa do Mundo e, assim, valorizar seus imóveis.

Para contornar os altos preços e não deixar que a bolha imobiliária estoure nas mãos dos profissionais do setor, os corretores devem manter um relacionamento de confiança e credibilidade com seus clientes, mantendo a transparência na relação de consumo. Explicar o por quê de um mercado tão aquecido – e como a pessoa pode se beneficiar disso, mesmo investindo um pouco mais do que o esperado – é uma das chaves para conquistar clientes, principalmente os que visam a compra de imóveis como maneira de investimento. E, para que todos saiam ganhando, a honestidade sobre o mercado é sempre a melhor maneira de se concluir uma venda.

Artigo escrito com a colaboração do site Morada Imóveis MG – www.moradaimoveismg.com.br