Mercado de incorporação: conheça os desafios e tendências dos próximos anos
A desaceleração da economia, marcada pelo alto índice de desemprego, elevação das taxas de juros e a grande carga tributária do país, são alguns dos desafios enfrentados pelo mercado de incorporação.
Mas, apesar das dificuldades, ele vem dando sinais de recuperação, impulsionado por novas leis, linhas de crédito e financiamento, que favorecem a aquisição de um imóvel. Diante desse cenário em constante mudança, líderes e especialistas do setor se reuniram no Conecta Imobi 2019 para discutir o futuro das incorporadoras.
O painel contou com a presença de Flávio Amary, Secretário da Habitação do Estado de São Paulo; Luís França, Presidente da Abrainc; Wilson Amaral, da Pacaembu Construtora e Marcelo Terra, advogado especializado. A mediação ficou a cargo de Newman Brito, Vice-Presidente de Incorporadoras do Grupo Zap.
Conheça a visão dos maiores especialistas do mercado de incorporação:
Reaquecimento do mercado de incorporação
Em junho de 2019, a Abrainc (Associação Brasileira das Incorporadoras Imobiliárias) registrou um crescimento de mais de 10% no número de lançamentos imobiliários. Destes, 70% são representados pelo Minha Casa Minha Vida.
Entre os fatores apontados para essa melhora estão a pequena queda na taxa de desemprego, a nova Lei do Distrato e as alterações nas linhas de crédito — nova modalidade da Caixa Econômica Federal baseada no índice IPCA.
Outra alternativa mencionada é o LIG (Letra Imobiliária Garantida), que promete gerar mais recursos para a construção. Abaixo mostramos mais informações sobre a legislação, financiamento e outros temas ligados à habitação.
Lei do Distrato
Em vigor desde dezembro de 2018, a lei 13.786/2018 regula a negociação entre incorporadoras e compradores, oficializando o prazo máximo de 180 dias para a entrega do imóvel após a data estabelecida e o pagamento de multas por atraso, desistência ou inadimplência.
É uma segurança adicional para o consumidor, que não estará desamparado caso a construtora não cumpra com o acordado; e vice-versa.
Na opinião do advogado Marcelo Terra, mesmo com a nova lei, ainda é preciso ficar atento antes de assinar o contrato. “Ambas as partes devem ser muito claras nos direitos e deveres, a fim de evitar uma discussão judicial”.
Financiamento
Uma nova linha de crédito, anunciada em agosto do ano passado pela Caixa Econômica Federal, animou os especialistas.
Nesta modalidade, o financiamento é atrelado ao IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) — o mesmo da inflação — com uma taxa mínima de 2,95% ao ano e máxima de 4,95% ao ano.
Anteriormente, os financiamentos eram feitos por uma taxa fixada pela instituição (que variava entre 8,5% ao ano 9,75% ao ano) mais a TR (Taxa Referencial), estabelecida pelo Banco Central.
Investimento no setor
O LIG (Letra Imobiliária Garantida) não é propriamente um financiamento, mas um investimento em ativos do mercado imobiliário. Trata-se de um título de renda fixa, criado para captação de recursos para o mercado de imóveis.
A principal vantagem em relação a outros títulos é que ele oferece dupla garantia, podendo ser pago mesmo se o banco emissor falir, por meio da venda de seu patrimônio, assim como as Covered Bonds, no mercado internacional.
Por ser nova no Brasil, ela ainda não é muito popular, mas já é vista pelas construtoras como uma alternativa para subsidiar novos empreendimentos.
Burocracia ainda é problema
Para o Secretário da Habitação do Estado de São Paulo, Flávio Amary, a burocracia é o fator que mais atrasa o desenvolvimento habitacional. “Infelizmente, ainda temos dificuldade de aprovar processos”, lamenta.
Para tentar reduzir o impacto desse problema, o governo conta com o auxílio da iniciativa privada. Amary acredita que, somente com a melhora do ambiente de negócios, é possível gerar mais empregos e aquecer o mercado imobiliário. “Com a parceria da iniciativa privada, podemos construir mais, melhor e mais rápido”, afirma.
Com todas essas informações, podemos concluir que as perspectivas para o mercado de incorporação são as melhores possíveis. Qual a sua visão? Conta para a gente nos comentários!
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