Cai participação de investidores no mercado de imóveis, mostra Raio-X FipeZap
O Raio-X FipeZap do 3º trimestre de 2014 divulgado nesta quinta-feira, 11, revela que a participação dos investidores nas compras de imóveis caiu de maneira significativa no início do 2º semestre de 2014. Apenas 20% dos que declararam terem comprado imóvel entre julho e setembro de 2014 o fizeram com o objetivo de investir. Em comparação, no trimestre anterior esse percentual era de 39% e no 3º trimestre de 2013 foi de 41%.
Uma das possíveis explicações para esse comportamento pode estar relacionada à diminuição do otimismo com relação ao preço dos imóveis. “Verificamos que essa intenção de investimento vem diminuindo. Ainda não é preocupante, mas é reflexo do aumento da taxa de juros e da incerteza em relação ao cenário macroeconômico”, explica o coordenador do Índice FipeZap, Eduardo Zylberstajn.
Entre abril e junho desse ano, 20% daqueles que se declararam interessados em comprar imóvel no curto prazo acreditavam que os preços dos imóveis iriam subir acima ou muito acima da inflação nos próximos 10 anos. No 3º trimestre, esse percentual caiu para 16%, enquanto aumentaram tanto a parcela de quem espera que os preços acompanhem a inflação quanto daqueles que esperam que a inflação suba mais do que os preços dos imóveis na próxima década.
Em relação aos descontos, houve um pequeno aumento no percentual médio de desconto obtido por quem comprou imóvel no 3º trimestre de 2014: em média, foi de 7,5%, que se compara com 7,0% no trimestre anterior e 5,5% no mesmo trimestre de 2013.
Usados têm preferência
A maioria (60%) dos compradores de imóveis nos últimos 12 meses optou por usados. Porém, metade dos que pretendem comprar algum imóvel nos próximos três meses declarou indiferença entre novo ou usado. Outros 36% fazem questão de comprar usados e 14%, novos.
Entre os que adquiriram um imóvel no último ano, 41% pretendem morar sozinhos, 10% dividirão o espaço com outra pessoa e 7%, cederão para terceiros. Outros 42% compraram para investir em aluguel ou revenda nos últimos 12 meses, mostrou a pesquisa.
Descontos mantêm patamar
Os descontos obtidos na compra de imóveis não variam significativamente ao longo do tempo. No 3º trimestre de 2014, eles foram de 7,5%, contra 7,0% no trimestre imediatamente anterior.
Por outro lado, 32% dos compradores declararam não ter conseguido qualquer redução de preço. A média desde o início do ano passado é de 6,6%. Os maiores descontos, em percentuais, foram observados nos imóveis de maior valor.
A maior faixa de desconto, de 8,7%, ficou entre imóveis com valor de R$ 501 mil a R$ 1 milhão. Já os bens com valor entre R$ 301 mil a R$ 500 mil tiveram redução de 6,4% no preço original da compra, e abaixo de R$ 300 mil, o desconto foi de até 300 mil.
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