O que é fachada ativa que tem ganhado espaço em SP
A fachada ativa é um conceito que já vem sendo aplicado há décadas em metrópoles como a cidade de São Paulo. A partir de 2014, com o Plano Diretor da cidade entrando em vigor, o tema passou a ganhar mais atenção e hoje se consolida como uma das principais tendências nos edifícios da capital.
Você sabe o que é fachada ativa? Pode até não reconhecer o termo, mas certamente já se deparou com uma construção deste tipo.
Neste artigo, vamos entender o que é fachada ativa, qual seu objetivo, o que a legislação diz sobre fachada ativa e alguns exemplos. Vem com a gente?
O que é fachada ativa?
A fachada ativa corresponde à ocupação que conta com uso não residencial da fachada alinhada ao passeio público, permitindo acesso à população em geral.
Sabe aquele prédio que tem comércio no térreo, mas que você pode acessar sem fazer qualquer cadastro, para fazer compras ou utilizar os serviços? Trata-se de um edifício com fachada ativa.
Para que serve
O principal objetivo de edifícios com fachada ativa é incentivar o uso mais dinâmico do passeio público, estimulando a interação e a vida urbana em espaços públicos.
Prédios com fachada ativa também tendem a evitar o surgimento de outros edifícios comerciais fechados, que impedem a livre circulação.
Critérios da fachada ativa em São Paulo
A lei do Plano Diretor da cidade de São Paulo considera fachadas ativas como lotes com testada maior que 20m, com a área térrea destinada a usos classificados como não residenciais.
Os empreendimentos com fachadas ativas podem ter mais de um andar não-residenciais, desde que estes tenham livre acesso ao público.
Ainda de acordo com a lei de fachada ativa, o recuo não pode ter mais de 5m da delimitação frontal do imóvel
Para ser considerada uma fachada ativa, a frente deve ter a medida mínima de 25% da testada total do terreno, respeitando o mínimo de 3m.
A legislação de fachada ativa também determina que os edifícios com essa característica estejam em regiões no entorno de faixas de mobilidade urbana, como corredores viários, estações de trem, metrô e rotas de ônibus.
Vantagens de edifícios com fachada ativa
Além do fácil acesso a conveniências para moradores, as incorporadoras veem na fachada ativa uma oportunidade de ampliar sua margem de lucro e atrair investidores.
Isso porque, de acordo com o Plano Diretor de São Paulo, edifícios com esse recurso podem ter até 50% de sua metragem descontadas no cálculo de área total.
Deste modo, a construção do empreendimento tem sua outorga onerosa, ou seja, a taxa que se paga pelo direito de construir reduzida.
Outra vantagem apontada por especialistas em urbanismo é a possível redução no trânsito das grandes cidades, visto que, com mais oferta de comércio e serviços literalmente à sua porta, o morador dispensa o deslocamento para fazer compras ou utilizar de um serviço de lavanderia, por exemplo.
Novidades nas fachadas ativas de São Paulo
Atualmente, a prefeitura de São Paulo vem realizando consultas públicas para propor algumas modificações no Plano Diretor.
A proposta da prefeitura, de acordo com nota divulgada pela Folha de S. Paulo, é restringir a instalação de lojas nas fachadas dos prédios a apenas um lado do lote, não mais em todos.
De acordo com a matéria, a prefeitura justifica a proposta como uma forma de aperfeiçoar a aplicação da fachada ativa na cidade, facilitando o enquadramento no parâmetro da área não computável, respeitando os 25%.
Consultando o mercado imobiliário, o veículo constatou que a ideia é bem-vinda, já que a não instalação de comércios por todo o lote pode impedir que espaços fiquem “encalhados”, sem locação.
A nova proposta também pode favorecer a instalação de comércio no ponto mais estratégico do lote, em vias com maior circulação, estimulando a ideia principal da fachada ativa, que é a de promover a livre circulação, movimentando o comércio e facilitando a vida urbana.
As audiências públicas para o texto de revisão do Plano Diretor seguem na pauta da prefeitura de São Paulo.
Exemplos
A fachada ativa é uma tendência que já pode ser vista e vivida pela cidade, inclusive em edifícios que se mantêm em atividade desde a década de 1950, antes da consolidação da tendência.
Conjunto Nacional (São Paulo)
Localizado no coração financeiro e grande ponto turístico da cidade, a Avenida Paulista, no cruzamento com a icônica Rua Augusta, o Conjunto Nacional é um excelente exemplo dentro desse conceito.
O prédio foi inaugurado em 1956 e desde então coloca em prática o que agora conhecemos por fachada ativa: um misto de comércios no térreo, com ocupação mista entre escritórios e apartamentos ao longo dos andares.
A presença do prédio neste formato mantém a quadra em constante movimento, e amplia a oferta de comércio e serviços para moradores, turistas e trabalhadores da região.
Copan (São Paulo)
Outro edifício que é um marco na cidade de São Paulo e também tem o princípio da fachada ativa aplicado. O Copan está localizado no centro histórico da metrópole e tem arquitetura assinada por ninguém menos que Oscar Niemeyer.
O Copan conta com mais de 70 pontos comerciais, muitos deles distribuídos em sua fachada, que tem circulação aberta ao público e constante movimento.
Esses são alguns dos exemplos mais consolidados de edifícios com esse recurso na cidade, mas novos empreendimentos neste modelo passam a surgir cada vez mais, principalmente com o incentivo da lei que regula fachadas ativas.
O corretor de imóveis deve estar em dia com essas discussões, dominar a tendência que apresentamos aqui e saber vender esse tipo de imóvel para não perder boas oportunidades de negócios!
O que achou da tendência de fachadas ativas? Comente se você gostaria de ver aqui mais conteúdos sobre tendências como esta!
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