Você sabe de onde o banco tira o dinheiro para financiar um imóvel?
O que é o funding? Para os menos entendidos em economia isso parece ser mais um daqueles termos utilizados pelos bancos que o comprador de imóvel não consegue entender direito. Para o corretor de imóveis, esse termo é muito importante, pois precisa estar atento e sempre saber explicar quando existe duvida do cliente. Mas funciona da seguinte forma: uma pessoa quer comprar um apartamento e vai até uma instituição financeira a procura de um empréstimo. De onde o banco tira esse dinheiro para emprestar? O nome dado é funding, que nada mais é do que a fonte de recursos utilizadas pelos bancos para poder pagar o financiamento oferecido aos seus clientes.
Em outras palavras, todo banco ao oferecer o financiamento de imóvel utiliza o funding. A escolha do tipo de funding é feita pelo banco e não pelo cliente, de acordo com o valor do imóvel e renda mensal de cada pessoa.
Os três tipos de funding
O Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) vem dos rendimentos das poupanças. O professor de Finanças do Insper Ricardo Humberto Rocha explica que os bancos buscam recursos para poder financiar os imóveis. “Os mais usados são os depósitos feitos na caderneta de poupança. Quando a economia está estabilizada, os saldos nas poupanças são mais estáveis”, explica.
As instituições financeiras usam cerca de 65% do dinheiro investido pelos seus correntistas em poupança como crédito imobiliário.
Existe também o dinheiro aplicado em Letras de Crédito Imobiliário (LCIs), Letras Hipotéticas (LHs) e Certificados Recebíveis Imobiliários (CRIs). Esses investidores dessas aplicações também tem parte de seus recursos “emprestados” para quem quer comprar a sua casa própria. No entanto, esse dinheiro retorna para quem aplicou corrigido no final de seu investimento.
O último tipo de funding é o FGTS (Fundo de Garantia de Tempo de Serviço), que é recolhido dos salários dos trabalhadores que têm carteira assinada.
Como funciona na prática?
Segundo rocha, se o valor do imóvel não ultrapassar o valor de R$ 750.000, o comprador poderá usar o seu FGTS. O que, segundo o economista, é mais vantajoso, pois com um valor maior de entrada os juros serão menores.
Rocha explica que é comum os bancos buscarem nas cadernetas de poupanças recursos para financiar os imóveis, isso é feito em muitos países onde a economia é estável. “Nós temos um perfil no Brasil de pessoas que não gostam de arriscar e optam pela poupança, mesmo que o rendimento seja menor”. Segundo o professor, os correntistas não resgatam o dinheiro com muita frequência.
Já quem vai financiar um imóvel com valor acima de R$ 750.000, não consegue usar o seu FGTS na entrada. Para valores mais altos, os bancos emprestam até 70% do valor. “É muito difícil um agente financeiro emprestar 100% do valor”, explica.
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