Como os corretores podem ajudar os recém-casados a comprar um imóvel com segurança
Quem casa, quer casa. Mas esse sonho nem sempre é possível ou pode acabar se tornando um pesadelo. Com o intuito de conseguir um imóvel próprio, muitos casais estão juntando suas rendas para obter crédito.
Conforme pesquisa da Boa Vista Serviços, administradora do SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito), 39% dos brasileiros pretendem conquistar a casa própria nos próximos 12 meses. O estudo, realizado entre os dias 10 de fevereiro e 5 de março de 2014, revelou ainda que 70% dos futuros mutuários vão aderir às prestações para adquirir a moradia.
Boa parte dos casais que planeja comprar o imóvel não consegue realizar seu sonho porque a renda de apenas um dos parceiros não é suficiente para financiar o bem. Por isso, noivos estão unindo suas receitas para concretizar o objetivo.
Mas antes de sair correndo para fechar o negócio é importante fazer um bom planejamento, pois o pagamento da moradia vai comprometer a renda do casal por muitos anos. Para auxiliar nessa etapa, a AMSPA (Associação dos Mutuários de São Paulo e Adjacências) elaborou um guia com dez informações úteis para evitar aborrecimentos na aquisição do bem.
Confira e veja como ajudar o seu cliente:
1º) Auxilie o casal a colocar todas as despesas no papel para saber qual o teto do valor das prestações que os dois poderão arcar. Eles não devem comprometer mais do que 30% da renda de ambos;
2º) Faça uma simulação no site de um banco como ficaria o financiamento se fosse hoje para eles terem a ideia de como ficará o orçamento do casal.
3º) Explique qual o melhor financiamento de acordo com a possibilidade dos dois para arcar com as prestações. Nessa etapa é importante fazer cálculos e comparar as linhas de crédito imobiliário disponíveis no mercado. Hoje as modalidades para financiar a casa própria são pelo sistema de consórcio, SFH – Sistema Financeiro da Habitação, SFI – Sistema Financeiro Imobiliário, programa Minha Casa Minha Vida ou direto com a construtora;
4º) Seja claro quanto a taxa de juros, pois o percentual cobrado será baseado em cima da maior renda de quem participa da composição do financiamento. Um exemplo disso é, caso opte pelo programa Minha Casa Minha Vida, na faixa de renda de R$ 2.455,01 até R$ 3.275,01, os juros são de 6%. Já se a renda for até R$ 5.000, os juros serão de 7,16%;
5º) Quando eles forem fechar a compra, é bom eles darem preferência aos contratos com uma taxa de juros fixa mais a TR – Taxa Referencial, ou seja, pós-fixada e pelas correções feitas pela tabela SAC ou SACRE. Parcelas decrescentes e juros menores ganham diferencial competitivo diante da tabela Price e das taxas pré-fixadas;
6º) Avise o quanto é importante economizar parte do dinheiro ganho. A quantia poupada vai ser fundamental para dar uma boa entrada ao adquirir a propriedade. O ideal é que cada um tenha 15% do valor total do bem na hora de fechar o negócio;
7º) Mostre como pode ser feita a utilização do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) de ambos e que isso pode ser uma boa alternativa para dar entrada no imóvel, amortizar o saldo devedor a cada dois anos ou até mesmo quitar a moradia;
8º) O casal precisa entender também a porcentagem de participação de cada um. Para isso é importante colocar por escrito os direitos dos dois no momento da compra, de modo a evitar surpresas e brigas futuras desnecessárias em virtude de separação, desfazer a composição de renda, ou mesmo morte de um dos cônjuges. Mas se o casal for unido pelo casamento no regime da comunhão parcial de bens, mesmo que o imóvel seja comprado no nome de apenas um dos parceiros, o outro terá direito a 50%;
9º) Explique cuidadosamente o que é o seguro MIP. No caso de um dos proponentes do financiamento falecer ou ficar inválido a cobertura será proporcional ao percentual da participação do segurado. Por exemplo, se o marido for responsável pela metade do pagamento e vir a morrer, apenas a sua parte do saldo devedor será quitada;
10º) Se for o caso, peça para os seus clientes consultarem um advogado para sanar dúvidas. A opinião do profissional será essencial.
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