Cenário econômico e as tendências para o mercado imobiliário brasileiro em 2020
Para apresentar o cenário de tendências da economia e do mercado imobiliário brasileiro em 2020, o Conecta Imobi convidou Deborah Seabra, uma das principais economistas da DataZAP para palestrar no Conecta Imobi Cruzeiro, evento que ocorreu em dezembro.
Deborah contextualizou os presentes sobre o atual cenário da economia e as principais tendências para o setor imobiliário no ano que se inicia. A seguir você confere os principais insights da palestra.
A percepção atual dos consumidores e empresários
Após diversos fatos, considerados decepcionantes pelo mercado, como o “efeito PIBinho” de 2013 e o impeachment em 2016, pela primeira vez em anos, a expectativa dos consumidores é de um futuro melhor.
No geral, a economia mostra sinais de melhora e os preços estão em um nível razoável. No mercado imobiliário, muitos acreditam que, em um futuro breve, os preços irão subir, o que faz com as chances de compra agora possam aumentar.
Taxa Selic e sua influência no crédito imobiliário
A taxa Selic é taxa de juros básica da economia cobrada pelo Banco Central para empréstimos intradiários que visam que os bancos cumpram a regulamentação de compulsórios. Compulsório é a proporção mínima que bancos precisam manter em relação aos seus depósitos. Tal reserva compulsória diminui os riscos de colapso do sistema bancário em eventuais crises. Caso algum banco não cumpra a exigência do compulsório, ele é multado.
Os bancos vivem de operações, com depósitos entrando e saindo é difícil controlar as reservas que terão ao final do dia. Para que os bancos atinjam as reservas compulsórias, o Banco Central oferece empréstimo de curtíssimo prazo (menos de um dia, ou seja, intradiários). Tais empréstimos remuneram a taxa Selic.
Mas por que isso importa para o mercado imobiliário? É que quanto maior a taxa Selic, maior é o custo de ter que incorrer no empréstimo para cumprir as reservas compulsórias, tornando os bancos mais cautelosos com suas operações, o que pode levar a um menor volume de financiamento oferecido aos consumidores.
Grande parte dos recursos para financiamento imobiliário vem do SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo), pois 80% dos recursos arrecadados pela poupança devem ser destinados ao financiamento imobiliário residencial.
Quando a Selic aumenta, para manter a mesma remuneração, os bancos aumentam as suas taxas de juros naqueles valores que emprestam. Com taxas de juros mais altas, menos consumidores tomam dinheiro emprestado, diminuindo os financiamentos imobiliários. O contrário também é válido: com taxas mais baixas, o financiamento imobiliário tende a aumentar.
Para onde vamos?
Sabendo do atual cenário da economia e baseada em dados coletados pela DataZAP, Deborah traz uma ideia das tendências para o mercado imobiliário.
Os imóveis terão o desafio de integrar espaço X acessibilidade e serão mais compactos. Tudo isso se deve ao fato do brasileiro ter menos filhos, casando mais tarde e se divorciando mais.
Além disso, há uma importante mudança no comportamento do consumidor: os millenials (1983 a 1994) e as pessoas da geração Z (nascidos a partir de 1995) não são apegados como os baby boomers (1945 a 1962) e a geração X (1963 a 1982) à compra de imóveis, os mais novos focam mais na locação e em espaços menores.
Deixando para trás uma recessão, o país se encontra hoje com capacidade ociosa e há espaço para crescimento seu aumentar as taxas e os juros (a Selic está atualmente em 4,5% ao ano) e sem pressionar a inflação. Com foco em imóveis que deem real importância aos novos valores dos consumidores e com a economia no controle, o mercado imobiliário brasileiro tem tudo para manter seu crescimento de forma sustentável.
E você, também aposta nesse cenário? Está preparado para enfrentar o crescimento do mercado imobiliário? Para estar pronto para qualquer desafio, não fique de fora de nossos próximos eventos: para mais informações, acesse nosso site!
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