Bioarquitetura: conheça essa tendência que cresce no Brasil

A sustentabilidade está presente em quase todas as áreas, e não é diferente na arquitetura e construção. A bioarquitetura é um conceito que vem ganhando mais espaço nos últimos anos e se tornou uma das principais tendências do mercado imobiliário.

Inclusive, o conceito foi citado e reforçado no Conecta Imobi de 2022 como um dos direcionamentos ambientais do setor imobiliário para os próximos anos. 

Quando olhamos para o que as pessoas buscam na hora de comprar um imóvel, esse conceito está entre os mais citados, apontando para a preocupação do público em ter uma moradia que respeite o meio ambiente.

O que é bioarquitetura? 

A bioarquitetura é um conceito que visa integrar o projeto arquitetônico ao ecossistema, trazendo mais conforto, beleza e funcionalidade aos empreendimentos sem interferir de forma negativa no meio ambiente. 

Como o próprio prefixo “bio” sugere, a proposta aqui é literalmente trazer mais vida à arquitetura, desenvolvendo o projeto a partir do bioma local, levando em consideração as condições climáticas, matéria-prima, entre outros elementos que contribuem para um projeto mais sustentável.

4 características de um projeto de bioarquitetura

Para desenvolver um projeto de imóvel sustentável, a bioarquitetura busca soluções que vão desde o sistema construtivo a ser utilizado, até a gestão de recursos energéticos do empreendimento. 

Esse tipo de projeto também contribui na hora de garantir certificados ambientais cada vez mais valorizados no mercado. 

Quando falamos em um projeto de bioarquitetura, tudo o que pode ser pensado para diminuir impactos no meio ambiente é levado em consideração: formas, matérias-primas, reutilização de água, ventilação, entre outros elementos. 

Neste mundo de oportunidades para tornar a construção mais sustentável, algumas características são mais comuns em projetos de bioarquitetura. 

Confira alguns exemplos de recursos indispensáveis na bioarquitetura: 

1- Sistemas construtivos mais sustentáveis

Uma alternativa mais sustentável e rápida para a construção de imóveis é a chamada construção seca. 

Diferente da alvenaria convencional, esse sistema elimina a etapa de manipulação de materiais como reboco, chapisco ou tijolos. 

Os elementos construtivos, neste caso, são entregues já prontos à obra, exigindo apenas sua montagem. 

O principal benefício desse tipo de construção é a gestão de materiais e resíduos, já que, diferente de uma obra convencional, aqui é possível selecionar materiais recicláveis e reutilizáveis. 

Existem diferentes tipos de sistemas construtivos secos, que se diferenciam principalmente pelos materiais que são utilizados em suas estruturas. 

Os mais conhecidos são o wood frame, que utiliza placas de madeira, e o steel frame, que conta com estruturas metálicas de aço galvanizado. 

Independente do tipo de sistema construtivo seco, a premissa é a mesma: utilizar matérias-primas mais sustentáveis e que causem menos impacto no meio ambiente. 

2- Uso consciente de materiais 

O uso consciente de materiais é uma das principais premissas da bioarquitetura, a fim de evitar desperdício e diminuir o impacto no meio ambiente. 

Nos sistemas construtivos que conhecemos no tópico anterior, a madeira, o aço e o gesso são os protagonistas, mas existem outros materiais sustentáveis que entram para a lista de uso na bioarquitetura. 

Materiais naturais como terra, argila, fibras e areia estão entre os normalmente utilizados em construções sustentáveis. 

Outros materiais menos convencionais na construção tradicional também são cada vez mais utilizados na bioarquitetura, como os tijolos de adobe, bambu, palhas e madeiras de reflorestamento. 

3- Energia limpa e renovável 

O cuidado com os recursos energéticos não podem ficar de fora de uma obra sustentável, já que este é um dos pontos que mais impactam o meio ambiente no contexto de moradia. 

O uso de energia limpa e renovável é quase indispensável nesse tipo de projeto. Entre os tipos de energia limpa e renovável mais utilizados, estão a energia solar e a eólica. 

Além do uso de fontes de energia limpa para o funcionamento do imóvel, esses recursos também são pensados durante a construção, para que haja mais economia e menos desperdício. 

4- Ventilação e luz natural 

Uma característica muito importante quando se fala em bioarquitetura é a iluminação e a ventilação do imóvel. 

Quando o projeto é desenvolvido, são pensadas soluções que privilegiem a iluminação e a ventilação naturais, justamente para evitar a necessidade do uso de itens como ar condicionado, lâmpadas e ventiladores elétricos o tempo todo. 

Grandes janelas e portas ganham espaço nesse tipo de projeto para aproveitar a iluminação natural, além de privilegiar a ventilação interna, por exemplo. 

Quando o assunto é ventilação, inclusive, existem sistemas sustentáveis pensados especialmente para promover conforto térmico e evitar uso de energia elétrica. 

É o caso da ventilação cruzada, que permite a circulação de ar e o resfriamento do ambiente através de aberturas em pontos estratégicos da estrutura da casa. 

A bioarquitetura dialoga diretamente com tendências mundiais de preservação do meio ambiente no contexto das cidades, algo que até mesmo a ONU tem colocado como meta de desenvolvimento urbano saudável. 

Essa também já é uma realidade no Brasil, e a inclinação é que esse conceito cresça cada vez mais, sendo incorporado pelas construtoras e, inclusive, exigido pelos clientes na hora de comprar ou alugar um imóvel. 

Você já conhecia o conceito de bioarquitetura? O que acha desse tipo de tendência? Compartilhe com a gente nos comentários!