Tendências 2023: um olhar para o futuro do mercado imobiliário
Em uma era de conexões digitais e buscas rápidas por informação, é preciso entender a importância de transformar os dados em conhecimento.
Desempenhando o papel de traduzir esses dados para o mercado imobiliário, a história do DataZAP+ teve início em um capítulo muito importante para os profissionais desse meio.
Em 2011, quando ainda não havia um índice de preços de imóveis para vendas e aluguéis, foi criado o FipeZAP, trazendo as maiores tendências do mercado em compra e locação.
Mas, afinal, quem são os compradores?
Foi o questionamento que Danilo Igliori, Chief Economist da OLX Brasil e Head do DataZAP+, trouxe em sua palestra com Taiane Martins, Head de Insights & Pesquisa do DataZAP+, durante o primeiro dia do Conecta Imobi 2022.
Tendências de moradia
A partir da pesquisa do DataZAP+ com quem busca imóveis nos portais ZAP+, é possível entender melhor os perfis dos compradores:
- 57% é composto pelo gênero feminino;
- 43%, pelo gênero masculino.
Já quando falamos sobre faixa etária:
- 1% tem até 26 anos ➱ Geração Z
- 14% tem de 27 até 38 anos ➱ Millenial
- 50% tem de 39 a 58 anos ➱ Geração X
- 34% tem 59 ou mais ➱ Baby Boomer e Geração Silenciosa.
Sobre estado civil:
- Solteiros ➱ 21%
- Casados ➱ 62%
- Separados ➱ 14%
- Viúvos ➱ 3%
O que os compradores desejam dos imóveis?
- Localização: a maior parcela deseja permanecer na cidade, mas em bairros diferentes dos que residem atualmente.
O público prioriza a proximidade com vias de acesso, avenidas e ruas no novo imóvel.
- Características: a maior parte dos compradores procura por um imóvel de tamanho mediano, de 90 a 119m².
Além disso, também buscam uma média de duas vagas na garagem, três dormitórios e uma suíte.
- Itens convencionais que influenciam a decisão de compra: churrasqueira, piscina externa, academia, salão de festas, praça de convivência e bicicletário, estão entre os itens mais procurados, respectivamente.
Tendências ambientais
Os clientes também buscam por:
- reservatório de água da chuva;
- bioarquiterura;
- sistemas de reaproveitamento de água;
- sistema de energia renovável, limpa;
- imóvel com certificação ambiental;
- materiais sustentáveis na construção;
- processos de compostagem;
- hortas compartilhadas.
Tendências tecnológicas
Estão entre os mais procurados:
- isolamento acústico;
- câmeras de monitoramento virtual residencial;
- aplicativo para acompanhamento das câmeras de segurança;
- wi-fi disponível no prédio todo;
- tomadas USB nos imóveis e nas áreas comuns;
- fechadura eletrônica;
- Smart Door;
- tecnologia de reconhecimento facial;
- Smart Home;
- tomadas para carros elétricos;
- portaria virtual.
Conceitos de moradia
- bairros planejados;
- condomínio-clube;
- condomínio com serviços pay per use
- co-living;
- flats;
- imóvel ultracompacto;
- multipropriedade.
A experiência com o trabalho em home office influenciou a busca por imóveis com:
- mais espaço, área útil;
- varanda, sacada;
- quintal;
- luz natural, arejado;
- ambiente para escritório;
- vizinhança com comércios e serviços.
Amarrando e olhando para frente
“Como isso me ajuda a tomar decisão, planejar e me preparar?”
De acordo com Danilo, a partir dessas informações, é possível resumir o que a pandemia trouxe de principal para o mercado imobiliário e o que podemos esperar pela frente.
Impacto da pandemia
1. A pandemia reforçou tendências de mudanças em dimensões múltiplas: acelerou tendências que já existiam e estavam na cabeça de todo mundo, como o Zoom, Teams, Skype, Google Meets, etc.
2. A maior permanência dentro de casa introduziu novas perspectivas para a localização e tipologia: aumento do uso de delivery e e-commerce. Hoje, precisamos de espaços apropriados para isso.
Antes, a tendência era quebrar paredes e abrir espaços. Depois da pandemia, as paredes começaram a ser mais valorizadas, reforçando a privacidade com o espaço bem dividido.
Isso traz a valorização de plantas antigas, que são mais divididas. Por outro lado, também é um sinal para imóveis novos.
3. Espraiamento, segunda residência e mobilidade geográfica não impactaram a estabilidade do sistema urbano: choque assimétrico.
“No início da pandemia, a gente achava que poderia ver uma grande reconfiguração no sistema urbano no Brasil. O que a gente viu? Um choque assimétrico”
As regiões de origem eram os grandes mercados. A saída das pessoas não gerou grandes impactos na reconfiguração dos bairros.
Aquilo que era um bom bairro, antes da pandemia, continua sendo um bom bairro, saindo da pandemia.
Já os impactos nas regiões de destino foram maiores. Se por um lado as grandes cidades parecem não ter sido tão afetadas, por outro, as menores foram mais afetadas.
O que vem por aí?
- O fim da pandemia coloca em evidência o poder (e a qualidade) do encontro.
Com a pandemia, nós estamos repensando muito a qualidade do encontro. O que significa se encontrar?
- Como o trabalho remoto (mundo híbrido) irá evoluir é a grande pergunta.
Presencial ou remoto: o que vai prevalecer?
Segundo Danilo, provavelmente, vai variar muito de setor para setor, faixa etária e daí por diante.
“Minha aposta é que o encontro presencial vai ser mais forte ainda, mas os modelos híbridos vão emergir. Em ambos os casos, a gente vai ter uma repercussão no mercado imobiliário.”
O cenário macro (nacional e global) é turbulento e incerto. A dinâmica econômica de 2023 será crucial para aproximar (ou não) preferências de possibilidades.
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