Como a arquitetura influencia na evolução do mercado imobiliário
A paixão do Raul por arquitetura e urbanismo nasceu naquele menino que saiu de Santos e se encantou ao chegar em São Paulo com seus prédios e suas possibilidades. De Nova York a Pequim, ser jornalista o possibilitou vivenciar diversas outras realidades. Porque essas cidades impressionam tanto?
A história dessas urbanizações trazem a resposta. Ainda na década de 90, a Washington Square em Nova York era uma cracolândia, hoje, esse mesmo lugar é um dos metros quadrados mais caros e desejados da cidade. O que Nova York fez foi comprovar que toda cidade melhora quando se constrói bem.
E São Paulo também provou essa teoria nos anos 50 e 60, época na qual surgiram construções como o Copan, Ibirapuera, MASP e Conjunto Nacional. A cultura da época tinha essa visão ambiciosa e otimista de fazer a Nova York dos trópicos, mas essa confiança foi se perdendo com o tempo juntamente com as mudanças legislativas e interesses políticos.
“Eu acho que nessa época nos anos 50 e no finalzinho dos 40, o mercado imobiliário precisava dos arquitetos. Porque a classe média, classe alta não queria morar em prédio, não queria morar em apartamento, achavam que tudo era cortiço. Então para você convencer essa transição se precisou pegar os maiores artistas da época e ‘olha, dá para morar num prédio elegante e sofisticado’.”
Uma cidade se transforma junto com a sociedade que nela vive. Nos anos 80 e 90, o mercado imobiliário produzia moradia e prédios de escritórios para um outro tipo de trabalhador e outro tipo de família – era aquele trabalhador que tinha o mesmo emprego para o resto da vida com um horário fixo e, à noite, a família se reunia para jantar e ver a novela das 20h, a casa era quase um casulo devido aos altos índices de violência. Já em 2019 o comum é vermos o “milagre da multiplicação” das mesinhas dos botecos em plena terça-feira e a expansão cada vez mais massiva de coworkings.
“Em 2019 você vê os pais de família de terno e gravata indo de patinete para o trabalho. Você vê […] gente de 50 anos trabalhando em coworking, marcando reunião de trabalho em café. […] Você vê o cara de 21 anos querendo criar sua startup e o cara de 60 que abandonou o crachá, que quer fugir da vida corporativa.”
Raul Juste Lores
A arquitetura não é supérfluo, não é só questão de forma – ela oxigena a vida da cidade, ela inspira a sociedade, ela altera a forma de nos comportarmos como moradores. E esses valores não estão necessariamentes ligados ao que é moderno – quantos prédios antigos continuam mais úteis e valorizados se comparados a outros bem modernos? São Paulo tem uma lista extensa…
Lucas Vargas e Vítor Vasconcelos conversam com Raul sobre o que mudou e o que ainda se espera mudar na arquitetura e a sua relação com o mercado imobiliário.
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