Como Nicolas Cage tornou-se um investidor de imóveis fracassado
No mundo das celebridades, há dois tipos de investidores. Aqueles muito conservadoras na hora de investir o próprio dinheiro – apesar de não abrirem mão de alguns luxos no dia a dia – e o segundo grupo, menos numeroso, mas muito mais ruidoso que inclui gente como Mike Tyson, que, como boxeador ou como investidor, já foi à lona algumas vezes. Ou então Michael Jackson, cujas extravagâncias corroeram uma fortuna que parecia infinita.
Nenhum deles, no entanto, tem um comportamento tão bipolar quanto Nicolas Cage. De acordo com o site exame.com, o ator americano de 50 anos sabe e gosta de trabalhar. Em sua carreira prolífica, já fez mais de 60 filmes – entre eles, Cidade dos Anjos, 8 Milímetros e A Outra. Foi indicado ao Oscar duas vezes, e faturou o prêmio em 1995 pelo papel principal em Despedida em Las Vegas. Já chegou a cobrar US$ 20 milhões para participar de um único filme, um dos maiores cachês de Hollywood. Se por um lado consegue ser uma verdadeira máquina de ganhar dinheiro, Cage também demonstra ter uma capacidade ainda maior para perdê-lo.
O investimentos imobiliários são os principais responsáveis pela sua derrocada financeira, que chegou a ter 15 residências de luxo diferentes apenas para uso pessoal. Alguns dos imóveis mostram o quão esbanjador e ingênuo o ator foi. Em 2006, ele comprou uma ilha de 160 metros quadrados nas Bahamas, algo bem difícil de revender. Também chegou a ser dono de dois castelos medievais, um no Reino Unido e outro na Alemanha, cujas histórias não lembram em nada os contos de fadas. O Midford Castle, na Inglaterra, por exemplo, foi comprado por 5 milhões de libras em 2007 e vendido (cerca de R$ 19 milhões), dois anos depois, por 3,5 milhões de libras.
Além de terem sido comprados em um momento de bolha nos mercados imobiliários, boa parte desses imóveis foi financiada com empréstimos bancários. O problema é que ao mesmo tempo em que Cage descobriu que devia milhões de dólares ao Fisco, os bancos dos EUA estavam no olho do furacão do “subprime” e se recusavam a refinanciar empréstimos de devedores com histórico duvidoso. Em um momento de forte desvalorização no mercado imobiliário, vender algumas de suas casas era equivalente a assumir um enorme prejuízo.
O ator ainda tentou evitar o pior. Precisando de dinheiro para quitar parte das dívidas, colocou à venda, por exemplo, uma casa em Bel Air, na Califórnia, por US$ 35 milhões de dólares (ou R$ 77 milhões). Sem interessados, o imóvel teve que ir a leilão. Mesmo pelo preço mínimo de US$ 10,4 milhões de dólares (quase R$ 23 milhões), ninguém apareceu para comprar a casa, que terminou nas mãos do banco que a financiou. Uma mansão em New Orleans teve destino parecido. Foi arrematada em leilão por US$ 5,5 milhões de dólares (um pouco mais de R$ 12 milhões) no final do ano passado. Outro imóvel de 2.200 m² em Rhode Island foi vendido. E estima-se que uma mansão em Las Vegas também foi leiloada.
Comentários