José Romeu Ferraz Neto apresenta os desafios da nova gestão do SindusCon-SP
O engenheiro José Romeu Ferraz Neto, que tomou posse na última terça-feira, 23, como presidente do SindusCon-SP (Sindicato da Construção), falou com exclusividade com o Corretor Destaque sobre os maiores desafios da sua gestão. Entre as pautas estão o aprofundamento da interlocução com as universidades e centros de pesquisa e desenvolvimento, maior presença no interior do Estado, e o desafio de manter o trabalho de excelência do comitê de tecnologia e qualidade, que posiciona a entidade como liderança irrefutável na proposição e lançamento de tendências na construção.
Corretor Destaque – Qual vai ser o maior desafio da sua gestão a frente do SindusCon-SP?
José Romeu Ferraz Neto – Como construtor, presidente do SindusCon-SP e membro deste sindicato há 25 anos, tenho muito claro qual é o principal desafio que nosso setor enfrenta: o da produtividade. É preciso fazer mais, com os mesmos recursos.
Como o sindicato pretende construir este(s) conceito(s)?
Temos várias áreas internas que estão trabalhando para que a produtividade seja elevada em nosso setor.
Cito, por exemplo, a área de tecnologia e qualidade, que tem um comitê de excelência e que está sempre pensando no futuro.
Graças a esse comitê, nossas empresas acompanham o que há de vanguarda no mundo e lançam tendências. A adoção de tecnologias acarretará em maior produtividade nas obras, com redução de custos e prazos. Batalharemos, em todas as esferas de governo, para o incentivo à industrialização da construção.
Outro tema relacionado é o da qualificação da força de trabalho. Nossa área institucional aprofundará a interlocução com as universidades e centros de pesquisa e desenvolvimento, trazendo a academia para dentro dos canteiros de obras e levando nossa experiência para a formação dos novos profissionais. Acreditamos que isso resultará em uma capacitação mais eficiente da mão-de-obra.
Como o sindicato pretende atuar na revisão do Código de Obras e Lei de Uso e Ocupação do Solo?
Estamos colaborando com as esferas competentes e monitorando todo processo de revisão do Código de Obras e Lei de Uso e Ocupação do Solo.
A nova norma da ABNT implicará nos resultados do setor?
A iniciativa de propor a norma partiu do próprio SindusCon-SP, como maneira de prevenir e evitar acidentes. A população brasileira está muito habituada a tratar a reforma como algo banal. Não conhece os riscos e implicações de uma obra mal feita. Esta norma é uma tentativa de alertar a população para os riscos corridos em alterações do projeto e mais do que isso, de coibir futuros desastres.
Qual a sua opinião sobre novo plano diretor?
O setor todo está atento, pois ainda não sabemos quais serão as consequências e desdobramentos do novo plano. Sabemos no entanto que, em algum momento, haverá um aumento no valor do imóvel, em função do novo modelo de cobrança da outorga onerosa.
Como o sindicato pretende trabalhar a sustentabilidade e o uso eficiente de água e resíduos na construção?
Estamos desenvolvendo em parceria com a Secretaria de Meio Ambiente e CETESB, o SIGOR – um sistema on-line de gestão de resíduos sólidos, responsável por monitorar todo fluxo percorrido, desde a geração até a destinação final. O sistema permitirá o registro, controle e acesso às informações, conforme previstas na política nacional de resíduos e nas resoluções do CONAMA. Somos o primeiro setor a adotar a ferramenta. Desde 2005, o SindusCon-SP tem trabalhado em capacitar as empresas, desenvolver tecnologias e disseminar informações sobre o uso racional da água.
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