Como os condomínios horizontais desenvolvem as cidades
Em 2018 eu completo 10 anos de atuação no mercado imobiliário. Desde que comecei, atuando como corretor de lançamentos em imobiliárias do Grupo Lopes, em São Paulo, e na região metropolitana, sempre fiquei impressionado com o poder de transformação que determinados empreendimentos possuem de transformar o cenário e a realidade de seu entorno.
Presenciei em 2008 a reocupação de antigos bairros industriais como a Vila Leopoldina e o Tatuapé por grandes condomínios verticais, equipados com amplas áreas de lazer e planejados com varandas gourmet, persianas de enrolar, entre outros elementos arquitetônicos inovadores difundidos nos projetos.
Vi também a revitalização da região central com a chegada de empreendimentos de torres únicas, com apartamentos pequenos que apresentaram conceitos colaborativos e que atraíram investidores e públicos que até possuíam poucas opções de moradia que pudessem atender seu comportamento.
Em ambos os casos, embora os empreendimentos representassem novos tempos para os bairros em que estavam localizados, apenas com um conjunto de vários condomínios na mesma região é que ajuda no processo de urbanização e de melhoria na qualidade de vida das pessoas.
Mas foi em 2017, atuando no mercado de loteamentos, que presenciei mudanças mais rápidas e efetivas para o desenvolvimento de novos bairros e no surgimentos de novos eixos urbanos nas cidades que recebem estes empreendimentos.
Entre os benefícios proporcionados pelos loteamentos, estão os arruamentos e espaços públicos, ocupados de forma correta e pensados na coletividade. Da mesma forma, redes de água, esgoto, energia e internet podem ser implementados com segurança e com qualidade.
Em seu novo bairro, o cidadão toma consciência de questões relacionadas ao urbanismo, ao meio ambiente e participa de convenções e debates que envolvam o novo endereço de sua família.
Em condomínios residenciais horizontais, o senso de comunidade dos moradores é reforçado pela busca de segurança, aliada ao desejo de ter uma grande área de lazer à disposição, que permite a tão desejada qualidade de vida.
É muito interessante ver que, em novos mercados, a chegada de um condomínio é primeiramente vista com certa resistência pelas pessoas que temem pelo novo jeito de morar ou assustados com o valor das taxas de condomínio.
Mas o que se vê depois de pronto é uma área valorizada, com valores condominiais que não passam de meio salário mínimo, para ter à sua disposição um verdadeiro clube social.
A medida que as pessoas percebem as vantagens de viver com segurança 24 horas e os benefícios de viver com organização e infraestrutura, novas demandas e novos condomínios surgem na cidade.
Outra característica dos condomínios fechados horizontais está na orientação das construções que são determinadas para pensar nas melhores condições de viver para todos os moradores.
As associações de moradores criam regras e procedimentos para o uso de equipamentos comuns e pelo bom andamento da comunidade. As associações também promovem a integração e ações que criam laços de amizade entre as famílias que moram na condomínio.
Como os grandes centros praticamente não possuem espaços disponíveis para a implantação de novos empreendimentos, os condomínios horizontais têm se convertido em um símbolo de qualidade de vida das cidades do interior.
Terrenos em condomínios são, também, uma grande oportunidade para investidores que buscam liquidez e acreditam no mercado imobiliário como uma forma de ampliar seu patrimônio.
Por todos estes cenários, acredito que, mesmo com os processos de verticalização das cidades do interior, o condomínios horizontais e loteamentos são tendências de longo prazo a serem considerados por compradores e pelas empresas do setor.
A grande maioria das cidades do interior apresentam condições favoráveis e espaços físicos para abrigar projetos interessantes e iniciar ciclos de desenvolvimento urbano sustentáveis.
Espero que tenham gostado do conteúdo.
Até breve,
Denis Levati
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