Prédios sustentáveis ganham destaque no mercado imobiliário brasileiro
As construções sustentáveis estão se tornando cada vez mais comuns no mercado brasileiro. Atualmente, de acordo com a norma ONG U.S Green Building Council (GBC), o Brasil ocupa o 4º lugar no ranking mundial, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, China e Emirados Árabes, respectivamente, com 574 empreendimentos registrados no sistema de certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design).
Marcos Casado, gerente da ONG, afirma que a GBC registra um projeto à procura de certificação por dia, desde agosto de 2011. Uma pesquisa realizada pela Even mostra o quanto a preocupação ambiental pauta as vendas de empreendimentos nos dias de hoje. A analise foi feita em um ano pela empresa com 1.200 potenciais compradores de imóveis residenciais em São Paulo e revelou que mais de 60% deles consideram que a sustentabilidade influencia totalmente ou muito na compra de um imóvel.
“Todos os nossos empreendimentos construídos em São Paulo – o que equivale a cerca de 70% dos nossos negócios – serão concebidos e preparados para a certificação AQUA nas fases Programa, Concepção e Realização, que vão desde o planejamento da obra até a entrega aos clientes”, diz Silvio Gava, diretor executivo Técnico e de Sustentabilidade da empresa.
“Quem construir empreendimentos sustentáveis sai na frente”, garante Hamilton de França Leite Junior, diretor de Sustentabilidade do Secovi-SP. Segundo ele, os jovens de hoje vão exigir que os imóveis tenham uma estrutura de preservação ambiental no futuro. Desta maneira, as empresas que começarem hoje vão ganhar mercado e experiência para alcançar melhor posição na competitividade daqui a alguns anos.
Por enquanto, os proprietários de imóveis comerciais são os que mais se interessam por este tipo de empreendimento. De acordo com Casado, 45% dos edifícios registrados para certificação são prédios desta categoria. O Eldorado Business Tower, da Gafisa, ganhou o prêmio Green Building 2011 por apresentar soluções sustentáveis, como reuso e uso racional de água, alta eficiência energética das instalações e redução de recursos naturais. O prédio é um dos dois únicos no Brasil a conquistar a certificação LEED platino, ou seja, a mais alta. O resultado deste investimento resultou em 100% de locação da propriedade antes mesmo da obra ser concluída.
O investimento é mais alto nos edifícios verdes. De acordo com Hamilton, o custo pode ser de 3 a 8% mais caro do que um edifício convencional, devido às estações que tratam águas de chuva e torneiras eletrônicas, entre outros detalhes. Contudo, o proprietário adquire o empreendimento sabendo que terá uma rentabilidade maior, já que o locatário valoriza os benefícios que o prédio traz em longo prazo. “Quem compra mais caro sabe que vai ter redução nas despesas”, lembra Casado. O retorno financeiro ao longo de 20 anos, segundo França Leite, é 10 vezes maior do que o investimento adicional gasto na compra do imóvel, o que é uma motivação para o comprador adquirir o empreendimento.
A economia no valor do condomínio se dará pelo baixo consumo de água e manutenção, qualidade interna do ambiente e do ar e luminosidade, por exemplo, fatores que melhoram a produtividade dos funcionários. “Fizemos um cálculo em um dos edifícios que apontou a economia de água de 40% nos apartamentos e 74% nas áreas comuns”, diz Gava. “Para quem vende o prédio sustentável é um bom negócio. É a lei de oferta e procura; quem tem um produto melhor obtém um lucro maior”, reforça Luis Fernando Ciniello Bueno, diretor da Gafisa.
Fonte: ZAP
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