Desafios do mercado imobiliário: como tomar decisões conscientes?
Qual é o seu “topo do Everest”? A sua maior conquista ou objetivo? O mundo do empreendedorismo pode ser cheio de obstáculos, mas o medo de errar não pode te impedir de chegar ao topo.
Apaixonado pelo mercado imobiliário, Juarez Gustavo Soares começou a atuar nesse ramo quando tinha apenas 20 anos.
Hoje, aos 51, o empresário já chegou ao topo do mundo e, agora, ajuda quem precisa atingir o topo também.
Além do mundo imobiliário, ele tem outra paixão: as montanhas. Um sentimento tão latente que o transformou no 24º brasileiro a conquistar o pico do Everest.
Mas, o que vem a sua mente quando você pensa nos desafios de escalar o Monte Everest e os desafios do mercado imobiliário?
De acordo com Juarez, poderíamos dividir as respostas em dois grupos:
- O que pensa nas questões humana e da natureza: frio, perigo e medo.
- O que pensa nos aspectos comportamentais e técnicos: desafio, superação, planejamento e estratégia.
Ou seja, elementos que compõem, o que poderíamos chamar de alta performance.
“Mas, para subir essa montanha, não se trata apenas de alta performance, a gente precisa da Everest Performance”.
Para entender esse conceito, precisamos absorver tudo aquilo que falamos acima, somado a: capacitação, qualificação, processos e um time bem definido.
E quando temos tudo bem definido, o que pode nos tirar do jogo?
- Tomada de decisões em ambiente de extrema pressão.
- Coragem de enfrentar as nossas verdades inconvenientes.
- O que a visão do topo do Everest representa para você.
“Cuidar de mim, física e emocionalmente, não machucar e não adoecer. Parece óbvio, mas essa é a regra de ouro para uma expedição bem-sucedida ao Everest”
Quando estamos no jogo, o importante é, justamente, as questões relacionadas a cuidar da gente.
Para o empreendedor, certos “Everests” não estão realmente lá, estão na nossa mente.
“É natural a gente pensar que, antes de colocar os pés na montanha, uma série de decisões já terão sido tomadas”
Decisão é crucial quando a gente está na montanha, que separam situações de vida ou morte.
A função principal de qualquer executivo é tomar decisões. Uma decisão mal tomada traz consequências muito sérias para a nossa vida, profissão, carreira e para as pessoas que estão ao nosso redor.
De onde vem as más decisões?
Elas podem vir de fatores externos ao processo decisório. Ou seja, dados e informações chegados de forma incompleta ou uma má interpretação
Ou, de fatores internos, tomadas a partir da mente.
Armadilhas mentais podem comprometer as nossas decisões
“A nossa mente fará de tudo para nos proteger de algo que ela entende que é risco. Daí, nascem os mecanismos de defesa – usados de forma inconsciente – para nos proteger. Por isso, mudar hábitos é tão difícil, e conduzir mudanças no nosso time é ainda mais difícil. Muitas vezes, estamos lidando com forças inconscientes.”
Se são inconscientes, de que forma podemos lidar com essas decisões? De uma forma óbvia: tomando consciência.
Para o palestrante, decisões conscientes são as que tomamos com antecedência, para driblar os ambientes de extrema pressão. E o que seria extrema pressão na montanha?
- ar rarefeito;
- cansaço e enjoo por perda de altitude;
- um acidente.
Durante esses momentos, quem escala montanhas, não pode confiar em suas decisões.
E no mundo corporativo, quais seriam esses momentos?
- pressão por resultados;
- pressão do tempo;
- pressão por números;
- reuniões decisivas.
Tudo aquilo que turva a nossa capacidade de raciocinar está relacionado a um ambiente de extrema pressão.
Decisões inconscientes podem trazer consequências para você, sua família ou empresa. E, devido a incapacidade de fazer bons julgamentos, precisam ser tomadas com antecedência.
Por isso, tudo o que é inegociável para a gente, precisa ser decidido previamente!
O que é inegociável para a gente?
Para ter em mente a resposta, Juarez elaborou alguns tópicos simples para serem usados durante as tomadas de decisões:
- Resultado: é inegociável, pois significa onde queremos chegar.
- Segurança: como eu quero chegar no resultado? Talvez, o resultado precise ser limitado pela segurança para não correr grandes riscos, tanto físicos quanto mentais.
- Ética: quem eu quero ser para chegar? É com essa pessoa que a gente vai ter que conviver pro resto da vida.
“A armadura que é a força mental com a qual eu esperava estar estar revestido”
Juarez conta que, no momento de dor durante a expedição no Everest, ele buscava algo que pudesse o ajudar durante a luta contra os seus próprios pensamentos.
Lembre-se das armadilhas mentais: do que a sua mente está tentando te proteger?
Qual é o seu medo? É o medo de não conseguir ou de fracassar? A síndrome do impostor?
Com essas perguntas, o empresário traz uma reflexão: às vezes colocamos expectativas demais em cima de nós mesmos.
Durante a jornada na montanha, ele teve um encontro com a coragem, mas não a coragem voluntarista do “eu posso, eu quero, eu faço e aconteço”.
Não que essas frases motivacionais não funcionem, elas cumprem o seu papel, mas são apenas fósforos. Aqui, estamos falando sobre grandes decisões!
“A gente não esquenta com fósforo, a gente precisa de lenha. E lenha, neste caso, é encarar essas verdades inconvenientes que a gente preferiria não enfrentar.”
A vista do topo
O cume da montanha é apenas a metade do caminho, pois é na descida que acontece a maior parte dos acidentes. Juarez aprendeu que a combinação de uma mente relaxada e um corpo cansado, é fatal.
Para ele, o topo de uma montanha é muito mais um local de humildade, do que de vaidade. É o lugar da gente buscar o significado de tudo aquilo que nós passamos.
“O mundo precisa de pessoas que nos ajudem a chegar ao topo. Ajudar é fazer a diferença. E fazer a diferença nunca é sobre você, é sempre sobre o outro”
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